Com base no monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) e Agência Nacional das Águas (ANA), parceiros da Defesa Civil, nos 12 primeiros dias de fevereiro foram registrados em média 150 milímetros de chuva, volume superior ao mesmo período do ano passado. Apesar disso, não há, até o momento, motivos para alarde por parte da população.
A Defesa Civil esclarece ainda que monitora diariamente a precipitação acumulada e o nível de água dos maiores rios que cortam o Estado, por meio da parceira com o Inmet a ANA, e está pronta para atender as solicitações de auxílio dos municípios em caso de uma situação de emergência ou desastre natural.
Segundo o sargento José Bruno de Souza Filho, gerente de monitoramento e alerta da Defesa Civil, as chuvas são originárias de uma área de alta pressão na Bolívia, que trouxe umidade para Mato Grosso. Há, ainda, uma massa de ar quente e úmida sobre o Estado advinda da Amazônia, na região Norte do país. “Ficamos no meio do fogo cruzado. Com isso, o Estado todo está em alerta”, destacou o sargento, acrescentando que foram notificadas chuvas diárias desde o dia 12 de fevereiro.
Emergência
Até o momento, 14 municípios comunicaram estado de emergência a Defesa Civil, devido à quantidade de chuvas registradas: Campo Novo do Parecis, Rio Branco, Vale de São Domingos, Chapada dos Guimarães, Confresa, Vila Rica, Santa Terezinha, Cláudia, Água Boa, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião, Barra do Bugres, São José do Xingu e Jauru.
Quanto a Cuiabá, não houve acionamento do Estado por parte da Prefeitura Municipal. “Estes municípios já fizeram contato com a nossa coordenadoria e estão entrando em situação emergencial pelas fortes chuvas que estão dilacerando pontes, bueiros e estradas, inclusive com atoleiros impedindo o deslocamento dos veículos escolares, ambulância e outros”, pontuou o coordenador de Respostas e Reconstrução da Defesa Civil, major Washington César Duarte.
Para amenizar os impactos causados pelas chuvas em Campo Novo, a Defesa Civil entregou a população atingida colchões, alimentos, roupas, água potável para consumo e material de limpeza. Todos os itens provenientes de doações.
As atividades no local vêm sendo promovidas desde o dia 11 de fevereiro em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar. Ainda no dia 11, o governador Pedro Taques e o secretário das Cidades, Wilson Santos, sobrevoaram o município e visitaram a comunidade invadida pelas águas, para ver de perto os estragos causados. “Nossas equipes estão mobilizadas para dar toda assistência à população”, disse o governador na ocasião.
Uma equipe de engenharia da Secretaria de Estado das Cidades também já está em Campo Novo para estudar uma solução estrutural para a cidade, visando a não ocorrência de novas inundações. Oficialmente o município decretou situação de emergência. O pedido está na Casa Civil para ser homologado.
Manso
A Defesa Civil informa que a barragem da Usina de Manso, administrada por Furnas, encontra-se segura e com suas operações sob controle, apesar das fortes chuvas. Afastando as falsas notícias espalhadas em redes sociais, a diretoria da empresa afirma que a Usina opera com apenas 30% de sua capacidade total.
Orientação
Conforme o último aviso emitido pelo Inmet, o acumulado de chuva no Estado traz o risco de alagamentos e de transbordamentos de rios. Por isso, a Defesa Civil traz as seguintes orientações para se prevenir destas situações:
– Se o nível de água estiver subindo, vá com sua família para um lugar seguro;
– Se estiver numa área inundada, procure evitar o contato com a água;
– Evite cruzar pontes em que o nível do rio subiu;
– Não se abrigue debaixo de árvores isoladas;
– Não se aproxime de cercas de arame, varais metálicos e trilhos;
– Mantenha-se longe de fiação elétrica exposta;
– Se estiver dirigindo, aos primeiros sinais de alagamento procure áreas elevadas para estacionar e aguarde o nível da água baixar.