Boa Vista decreta situação de emergência social por causa da crise migratória

Dados oficiais apontam que mais de 40 mil venezuelanos vivem em Boa Vista atualmente. Para fugir da crise humanitária instalada em seu país, estima-se que, por dia, 800 entrem em Roraima. A maioria dessas pessoas vive nas ruas ou em abrigos improvisados, em flagrante risco social.

Diante da situação de calamidade e visando preservar, principalmente, a segurança e os direitos das crianças e adolescentes, a prefeitura declarou situação de emergência social em Boa Vista. O decreto foi assinado pela prefeita Teresa Surita nesta quinta-feira (22) e coloca todas as secretarias do município, em especial a de Gestão Social, em alerta máximo. O decreto tem validade de 180 dias.

Os órgãos deverão priorizar ações emergenciais humanitárias no município.  Dentre essas ações estão:

* Apoio e acolhimento a crianças em situação de rua, com reforço na alimentação, saúde, higiene, assistência social e educação;
* Campanhas de vacinação e prevenção de doenças;
* Organização de campanhas filantrópicas;
* Criação de um banco de oportunidades para auxiliar a inserção dos refugiados no mercado de trabalho.

Foto: Divulgação / Prefeitura de Boa Vista

A crise migratória tem ainda um agravante que é a possibilidade de disseminação de doenças de fácil transmissão entre os imigrantes e a população local, como o sarampo, que já foi confirmado em uma criança venezuelana.  Outros sete casos estão sob investigação.

Conforme o decreto, a Secretaria Municipal de Saúde adotará todas as medidas cabíveis e necessárias para minimizar os riscos decorrentes da situação de anormalidade, com o objetivo de proteger a saúde da população.

A prefeita declarou que o decreto é uma forma de priorizar ações voltadas à proteção aos mais vulneráveis e minimizar os impactos da crise migratória para os venezuelanos e para a população local.

“Temos uma cidade organizada e que está vivendo um momento de crise sem precedentes. Não podemos fechar os olhos para as pessoas que estão nas ruas, praças e semáforos, principalmente para as crianças, que estão expostas a condições desumanas, doenças e prostituição. Estamos redirecionando ações para atender essas pessoas de forma digna”, disse a prefeita.

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