Audiência pública discute propostas contra a violência doméstica em Macapá

Professoras universitárias, gestoras de órgãos públicos e mulheres da sociedade geral participaram na manhã desta sexta-feira (15), na Câmara Municipal de Macapá (CMM), de uma audiência pública que discute ações que possam diminuir os números de violência doméstica na capital.

Com o tema “Enfrentando a Violência Contra a Mulher”, o encontro teve relatos de experiências e realidades das mulheres que vivem em Macapá, além de discussão, reflexão e apontamentos de estratégias para efetivação da política de direitos da mulher.

De acordo com o G1 Amapá, a iniciativa foi do vereador Rinaldo Martins (PSOL), que tem um projeto de criação de um dossiê, reunindo todos os dados relativos à problemática na capital, dando assim, subsídios a melhor abordagem do poder público para as intervenções contra a violência doméstica.

Foto: Reprodução/Shutterstock
“Temos dados de diversos órgãos, setoriais, municipais e estaduais. A proposta é ter tudo isso num local só, para que possamos identificar como podemos combater da melhor forma cada tipo de violência que a mulher sofre”, explicou.

Para Aline Medeiros, diretora do Centros de Referência em Atendimento à Mulher (Cram) da Zona Norte de Macapá, a educação e o incentivo ao empoderamento feminino são formas de tirar as mulheres deste “ciclo de violência”.

“Muitas mulheres ainda ligam violência doméstica com agressão física, por isso que intervenções mais sutis como palestras, visitas a unidades de saúde podem ser mais efetivas neste primeiro passo. Afinal, não cooptamos essas mulheres, elas devem vir até nós [órgãos públicos de apoio à vítimas de violência doméstica] e devemos facilitar o processo”, ressaltou.


Números da violência contra a mulher

Mais de 1,4 mil casos de violência contra mulher foram registrados em menos de três meses em Macapá. O número representa aumento de 10% em relação ao primeiro trimestre de 2018.

Por outro lado, de acordo com o Monitor da Violência, em 2018 o Amapá registrou quatro casos de feminicídios, enquanto que no ano anterior foram sete. A pesquisa foi baseada em dados divulgados pela Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

O número também diminuiu em casos de homicídios dolosos contra mulher: 13 em 2018 e 23 no ano anterior. O índice de homicídios contra mulheres foi de 1 morte a cada 100 mil mulheres amapaenses no ano passado.

Pelo país foi registrado um aumento de 12% no número de registros de feminicídios em um ano: foram 1.173 no ano passado, ante 1.047 em 2017.

Uma das alternativas de ajuda às vítimas é o Cram que presta auxílio por meio de ações sociais e trabalhos de acolhimentos. Ao todo, foram somados mais de 3 mil atendimentos em 2018, sendo 80 deles com acompanhamento direto, informou o centro.
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