“Nós somos importadores de fertilizantes e de calcário da Venezuela e pode atrapalhar abastecimento para nosso próximo plantio, que se inicia nos meses de maio e junho. Roraima é um exportador de alimentos para a Venezuela. Isso também pode comprometer o faturamento das empresas até o fechamento de algumas empresas”, afirmou.
De acordo com o governador, a confirmação do fechamento da fronteira também poderá causar o desbastamento de combustíveis nos município de Pacaraima, cidade mais próximas do país vizinho.
Em Pacaraima, não há postos de combustíveis, e a população atravessa a fronteira para comprar gasolina. “A gasolina na Venezuela é muito mais barata. O valor é irrisório, em torno de R$ 0,10 (litro). Se por acaso for fechada a fronteira, Pacaraima pode ter problema de abastecimento de combustível”, disse Denarium, que esteve nesta quinta-feira (21) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar de ações do interesse do estado e conversou com a imprensa ao final de uma audiência.
Incertezas
O fechamento da fronteira também cria dúvidas sobre a continuidade do fornecimento de energia. Segundo o governador, Roraima recebe energia elétrica do país vizinho por não fazer parte do sistema nacional de transmissão. Segundo ele, o governo federal gasta cerca de R$ 1 bilhão por ano para gerar energia por meio de usinas termelétricas.
Em uma medida para evitar possível corte de fornecimento pelo governo de Nicolás Maduro, Antônio Denaruim informou que pediu ao governo federal a contratação de energia extra para evitar um possível desabastecimento.
“Hoje Roraima é o único estado do Brasil que não está interligado ao sistema nacional de energia elétrica. 50% da nossa energia vem da Venezuela, outros 50% é movido por termoelétrica, à óleo diesel. Nós não temos energia suficiente para abastecer Roraima sem energia da Venezuela. Se houver um corte, vai ter racionamento de energia”, disse.