O governador eleito Amazonino Mendes (PDT/AM) minimizou em coletiva na sexta-feira o clima de conflito entre parlamentares na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. Amazonino preferiu não falar sobre a oposição feita por parte da bancada estadual aliada ao governador interino David Almeida (PSD/AM).
“Não é por causa da atitudes de um ou dois membros da Assembleia que não teremos uma boa relação com a casa, que iremos desprestigiá-la. Tá tudo tranquilo entre o Governo e a Assembleia”, comentou. Quanto à posse, Amazonino afirmou, ainda, que as informações do presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM), Yêdo Simões, foram “elucidativas”. O governador eleito disse ainda que chegou a cogitar ingressar com uma medida judicial para garantir a posse na Assembleia no dia 5, mas acabou desistindo. “É um assunto encerrado. Tudo vai ficar bem até para haver harmonia entre os poderes”. disse.
Liderança
Segundo Amazonino, seu governo ainda não definiu quem será seu líder na ALE/AM, ele admitiu que a escolha será feita de forma democrática. O governador eleito entende que a Assembleia é um órgão independente e que precisa de um governo que dê autonomia para que ele exerça sua função. Para Amazonino, garantir essa autonomia representa também garantir o crescimento e desenvolvimento do Estado.
“Vamos ouvir todos os deputados, saber sobre quais são as suas opiniões, pois eu sempre entendi que uma liderança interna na Assembleia, não significa uma liderança do governo, pois a Assembleia é um órgão independente e nós temos que respeitá-lo como tal”, declarou.
Reestruturação administrativa
Amazonino fez críticas ao atual modelo de gestão do Estado, e admitiu a possibilidade de fazer uma reestruturação administrativa, analisando a possibilidade de demissão de funcionários. De acordo com o governador eleito, o Amazonas possui 68 estruturas estatais, um número maior que o da Presidência da República.
“Lógico que o único caminho que existe é a demissão. Mas tem um problema muito sério, se eu tiro dali uma pessoas empregada a família vai passar fome. É um fio de navalha, vocês não queiram estar na minha pele neste momento, é muito difícil, mas o Estado não é cabide de empregos, é preciso ter responsabilidade social e econômica”, afirmou.
Sobre o secretariado, Amazonino declarou que não vai admitir influência política em sua escolha. Contudo, manteve o mistério sobre os nomes da próxima equipe, que irá compor o Governo, mas deixou claro que deve enxugar a máquina diminuindo a quantidade de secretariais.
“Nenhum partido irá chegar e dizer que quer tal secretaria, os nomes do meu secretariado sairão de uma única fonte chamada Amazonino Mendes. Não se trata de exclusivismo, é uma questão de responsabilidade”, disse.
Para o governador eleito, será preciso readaptar o governo para que ele tenha eficiência. Amazonino lembrou ainda que durante sua última gestão, o Estado tinha cerca de 15 secretarias.
“Naquele tempo nós tínhamos um número menor de secretarias, não tínhamos terceirização e tudo funcionava, e é isso que precisamos mudar. Estamos assumindo um barco destroçado e eu preciso ajustar esse barco para que possamos navegar”.
Amazonino informou que não recebeu ainda os dados da equipe de transição, mas que na próxima segunda-feira (25), irá se reunir com a equipe para fazer a análise de todos os dados levantados para fazer uma radiografia do Estado.
A prioridade do governo será devolver o que o povo já teve – hospitais, maternidades, CAICs – resguardar o futuro criando lideranças.
“Nós temos um compromisso, assumimos esse compromisso de reconstrução do Estado, nós não devemos nos arredar desse propósito, e o primeiro passo será devolver ao povo e reconquistar o que tínhamos antes”, concluiu o governador eleito.