Um prédio no bairro Coroado, na Zona Leste de Manaus, que abrigará os indígenas venezuelanos da etnia Warao, continua em obras. A recuperação do alojamento já dura dez dias e o prazo para realocação dos imigrantes termina nesta segunda-feira (29). O local tem cinco salas, banheiros e um espaço para 180 redes.
O prédio foi cedido pelo Governo do Amazonas como medida emergencial de ajuda humanitária aos indígenas que deixam a Venezuela devido a crise econômica e a falta de alimentos. Os refugiados venezuelanos começaram a migrar para capital amazonense no início deste ano e mais de 500 estão em Manaus.
Depois que o imóvel foi cedido pelo governo, as obras foram iniciadas. O fornecimento de água foi normalizado e a energia elétrica religada no local. O local vai ter capacidade para abrigar 300 pessoas. A previsão é que a obra seja finalizada na próxima semana.
Por enquanto, não há data para o início da transferência das famílias que acampadas na Rodoviária de Manaus e no Viaduto de Flores. Depois de pronto o abrigo ainda precisa ser mobiliado, conforme explicou a secretária de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), Graça Prola.
“Nós estaremos com as folgas concluídas segunda-feira (29) e paralelo a isso nós estamos trabalhando o processo de compra dos equipamentos: fogões, geladeiras, panelas e tudo aquilo que é necessário para o serviço de acolhimento. A partir do término dessa aquisição estamos com famílias selecionadas e prontas para serem transferidas. Nosso planejamento todo de custos, de trabalho e de regularização de documentos está prevendo 12 meses, podendo ser ultrapassado em razão da situação socioeconômica e política da Venezuela que é um dos motivos principais da vinda deles para cá”, informou a secretária da Sejusc.
Atualmente, 517 indígenas venezuelanos migraram para em Manaus. Grande parte montou barracas na área próxima da rodoviária da cidade e no Viaduto de Flores, na Zona Centro-Sul da capital. Eles serão os primeiros irem para o alojamento.
Fome
Em busca de sobrevivência, os indígenas começaram a migrar para Manaus desde o início deste ano. Adultos, idosos e crianças se abrigaram na Rodoviária de Manaus e debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul. A presença dos imigrantes gerou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM).
O objetivo da ação é acompanhar medidas de apoio aos indígenas Warao. O MPF solicitou informações de órgãos públicos ligados à assistência social, direitos humanos e indígenas sobre as medidas adotadas para garantir o atendimento humanitário aos refugiados.
Após reuniões com vários órgãos, ficou definido que seriam disponibilizados ônibus para levar os imigrantes de volta ao país de origem no dia 2 de abril. A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) iria disponibilizar dois ônibus para levar os venezuelanos, mas a viagem foi adiada. Um plano de ação é montado pelo governo e prefeitura. A Cáritas Arquidiocesana, que tem acompanhado e auxiliado um grupo de indígenas venezuelanos juntamente com a Pastoral do Migrante.
No último dia 4 de maio, a Prefeitura de Manaus decretou situação de emergencial social devido ao intenso processo de imigração dos indígenas da etnia Warao da Venezuela para capital amazonense. As informações são do G1 Amazonas.