Há um mês, o agricultor José Joaquim de Souza e a esposa, Maria de Lourdes, tiveram a ideia de montar um comércio em frente a sua residência no bairro Floresta em Cacoal (RO). Cacau, pão caseiro, couve manteiga e amendoim. Esses são alguns produtos comercializados na barraca de auto atendimento.
Os clientes escolhem os produtos e fazem o pagamento na ´caixinha´ dos Correios, mas nesse comércio não tem atendentes. O casal confirma a honestidade dos moradores e ganham com a nova ideia.
O conferente Adelmo Galter é um dos clientes. Ele diz que aprova o novo formato do comércio e também fala que o resultado depende da boa qualidade dos produtos e da honestidade das pessoas.
“É bom que não ocupa uma atendente. As pessoas podem demostrar que são honestas, se servem a vontade, compram o que querem e gostam, pagam os produtos e vão embora tranquilos”, define o homem.
José diz que resolveu montar o novo formato de comércio por conta da cultivação dos muitos produtos na chácara de família e por terem a necessidade de dar uma finalidade. Também conta que é uma forma de confiar nas pessoas.
“A minha barraca quem cuida é Deus, eu confio na honestidade das pessoas. Trabalho a semana toda na cidade e deixo os produtos expostos. As pessoas podem passar a qualquer hora, que encontram produtos. Todos os dias eu reponho, principalmente a couve, que tem mais saída. Estou feliz com minha banquinha”, comemora o empreendedor.
Maria é dona de casa, mas não deixa as tarefas domésticas ou particulares para ficar no comércio. O único serviço, é dar o troco aos compradores que batem palmas no portão da casa. Mas independentemente de ser um empreendimento familiar, os envolvidos têm o controle de tudo que é posto na venda e, desde o começo, nunca tiveram prejuízos.
“Eu anoto em um caderno todos os produtos que meu marido traz da chácara e coloca a venda na barraca. No final do dia, pego o dinheiro na caixa dos correios e faço a conferência. Nunca tivemos prejuízo. Teve um dia que faltou R$ 0,25. No dia seguinte o valor estava na caixinha. A pessoa pagou o valor que havia ficado devendo”, conta.
A família confirmou a honestidade dos clientes, além de obterem o lucro com a venda dos produtos.
“Têm pessoas boas. Outros deveriam fazer a mesma coisa que nós, pois dando votos de confiança ao ser humano, por mais que já tenha feito algo errado, a pessoa pode pensar em fazer diferente simplesmente por perceber que o outro está confiando nele”, acredita.
O comércio funciona 24h. No período da noite, a família guarda os pães caseiros, porém os outros produtos continuam disponíveis á compra.