Primeiro sítio agroinclusivo do Brasil realiza ação social para crianças com autismo em Manacapuru

Criado para ser uma opção de turismo ecológico aliado ao acolhimento e inclusão da pessoa com deficiência, especialmente autistas, estimulando a aprendizagem e o desenvolvimento por meio do contato com a natureza, o Sítio Mundo Azul o primeiro sítio agroinclusivo do Brasil – realiza neste sábado (21), a primeira ação social para acolher exclusivamente famílias de baixa renda dos municípios de Iranduba, Manacapuru, Novo Airão e região. 

 

A ação reunirá mais de 20 profissionais das seguintes especialidades: Psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pedagogos, educadores físicos, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, odontólogo, entre outros voluntários. Todos os profissionais atuarão de forma voluntária e os atendimentos serão gratuitos. Essa será a primeira ação de voluntariado promovida pelo Sítio Mundo Azul. Os atendimentos acontecem em dois horários: de 9h às 12h e de 13h às 15h.

Foto: Divulgação

 
“O foco dessa ação é o acolhimento de famílias de baixa renda das regiões de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão que tenham filhos com diagnóstico recente de autismo ou que estejam em filas aguardando atendimento. Será um dia de rodas de conversas, orientação aos pais e atendimento com os profissionais de saúde”, enfatiza Jane Maria Santana Ushikoshi, proprietária e fundadora do Projeto Sítio Mundo Azul. 

O Sítio Mundo Azul foi inaugurado recentemente e fica localizado na Rodovia AM-070, Km 62, Ramal Nova Esperança, Km 5, no município de Manacapuru (distante a 99 Km de Manaus), no Amazonas. A concepção da criação do lugar foi totalmente motivada em função das necessidades de Tiago Ushikoshi, de nove anos; filho de Jane e de Érico Ushikoshi. Tiago foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) desde os 2,5 anos de idade. 

“É um sitio de turismo agroecológico, turismo rural mesmo. Mas, tivemos essa pegada da inclusão. E, claro, a motivação foi pelo Tiago e a partir das necessidades que a gente via pra ele. Então, acabamos expandindo a ideia de levar não só para o Tiago, mas para toda família que tenha uma criança especial e que sonhava com um ambiente mais voltado para eles, algo mais acolhedor. Pensamos em um lugar onde eles pudessem ir sem medo, sem que tivesse alguém olhando atravessado se a criança estiver fazendo algum tipo de atitude que se considera estranha aos olhos de uma pessoa dita normal, ou neurotípico, como a gente chama”, revela Jane Santana.Primeiro Sítio Agroinclusivo do Brasil

 
O nome diferente: Sítio Agroinclusivo foi criado pelos idealizados do Projeto do Sítio Mundo Azul e, segundo eles, é o primeiro no Brasil em se considerando a maneira com a qual foi projetado e implementado. 

 
“A nossa proposta é unir a agroecologia com a inclusão, por isso chamamos de primeiro sítio agroinclusivo do Brasil. Não existe outro igual se pensarmos na maneira que faz essa alusão à questão do campo, da agricultura e ao mesmo tempo, trabalha a questão da inclusão. Pensamos que ali seria o ambiente onde essas pessoas pudessem ter um contato mais próximo da natureza, que pudessem passear, desfrutar de uma forma mais acolhedora e que mesmo sendo especialmente voltado para crianças autistas, não significa que não atenda a outros públicos. Mas, todas as coisas que a gente implementou no sítio foram pensadas em como uma criança especial poderia usufruir também daquele espaço. Porque na maioria das vezes, só se pensa em alguma coisa voltada para a criança especial quando se é para atender à alguma questão de lei. Então, pensamos não somente enquanto questão de lei, mas sim, enquanto mãe e família de uma criança especial”, relatou Jane Santana.

Foto: Divulgação

 

 
Sítio Mundo Azul
 
Pensado em acolher crianças autistas e suas famílias, o Sítio Mundo Azul conta com uma área de 16.000 m2   e dispõe de: Bosque com redário, mesas de piquenique, trilha ecológica, jardim sensorial, meliponário, horta, pomar, piscina, cavalos, galinhas, ovelhas e um viveiro de peixes. Além disso, instrumentos voltados para atender ao público autista estão espalhados por toda a área, como é o caso do pebolim gigante que, inclusive, pode acolher deficientes visuais por ser demarcado e contar com uma barra para se segurar. Balanços também são outros atrativos e algumas lycras que autistas gostam de utilizar quando estão em momentos mais estressantes e precisam se acalmar. 

 
“Pensamos em cada detalhes como, por exemplo, a nossa trilha ecológica onde buscamos deixá-la mais limpa e plana possível para facilitar a caminhada de qualquer público. Esses são alguns detalhes que a gente pensa de que forma uma criança com necessidade especial vai aproveitar aquele determinado espaço. E, nesse sentido, vamos trabalhando para que o sítio fique cada vez mais inclusivo”, enfatiza Jane Ushikoshi.

 
Passaporte

 
Mesmo as famílias sem crianças com autismo podem visitar o Sítio Mundo Azul. Para ter acesso ao local é necessário pagar pelo passaporte que custa R$ 30 por pessoa. Crianças especiais não pagam o passaporte. 

 
“Cobramos pelo acesso porque precisamos cuidar da manutenção do Sítio Mundo Azul. Além disso, precisamos pagar os funcionários, manutenção da infraestrutura, todas as despesas como, por exemplo, a ração para os animais, limpeza da piscina, entre outros. Porém, dentro da nossa perspectiva de inclusão, vamos disponibilizar também o espaço para quem não pode pagar. Por isso estamos organizando essa ação social e contando com a parceria dos profissionais voluntários que irão atender à comunidade de baixa renda dos municípios e comunidades do interior. 

 
Para mais informações sobre a ação social para famílias de baixa renda ou mesmo sobre agendamentos de visitas para o Sítio Mundo Azul, basta entrar em contato pelo telefone: (92) 98218-1321 ou ainda pelas redes sociais @sitiomundoazul

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