O filme “A Terra Negra dos Kawa”, do cineasta amazonense Sérgio Andrade, será exibido no Teatro Amazonas, na próxima terça-feira (11), às 20h. O longa-metragem fez sua estreia no Festival Olhar do Norte, em abril, e agora terá uma nova sessão que será aberta ao público, com realização da Secretaria de Estado de Cultura (SEC). A entrada é gratuita e a classificação é de 16 anos.
Segundo Sérgio Andrade, ainda não há previsão da estreia comercial. “Nós temos uma distribuidora, a Pagu Filmes, e estamos entrando em editais com essa finalidade”, explica.
Terceiro longa da carreira do cineasta, “A Terra Negra dos Kawa” foi gravado em Manaus e Iranduba e tem no elenco atores indígenas – caso de Severiano Kedassare, Emerlinda Yepario e os filhos Kaya Sara e Anderson Kary-Bayá – e intérpretes reconhecidos nacionalmente – Mariana Lima, Marat Descartes e Felipe Rocha.
Na trama, Andrade usa pela primeira vez da ficção científica para mostrar a relação de um grupo indígena chamado Kawa com a terra preta existente na região e seus potenciais curativos, energéticos e até sobrenaturais. A chegada de três cientistas ao local muda o panorama da situação, uma vez que um deles possui intenções de explorar a região com intenção de crescer economicamente.
“O gênero ficção científica me encanta. Também sempre me interessou o assunto da terra preta de índio, que é a prova da inteligência dos povos ancestrais que viviam na Amazônia. Os Kawa são fictícios, mas representam toda a potência indígena, tão injustiçada hoje em dia”, explica o diretor.
Nascido em Manaus, Sérgio Andrade é diretor, roteirista e produtor. Participou de produções de TV e cinema na Amazônia, entre elas “Diários de Motocicleta”, de Walter Salles, e “A Festa da Menina Morta”, de Matheus Nachtergaele. Seus curtas receberam diversos prêmios e foram selecionados em festivais como Brasília, Clermont-Ferrand, Tiradentes, Toulouse, Miami, Recife, Barcelona, entre outros.
Seu longa “A Floresta de Jonathas” foi o primeiro projeto do Norte do Brasil contemplado no Edital de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura. Finalizado em 2012, o filme esteve nos festivais do Rio, Rotterdam, Taipei, Curitiba, Praga, Scottsdale, 3 Continents Nantes, Kerala, entre outros, e foi lançado pela HBO.
Seu segundo longa, “Antes o Tempo não Acabava”, estreou no Festival de Berlim em 2016 e foi premiado como melhor filme nos Festivais Queer Lisboa e Vitória.