‘Solitude’: animação feita no Amapá leva a busca pelo autoconhecimento às telonas

Nos 15 minutos da animação em 2D são retratados lugares conhecidos dos macapaenses: como o Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro

A busca da protagonista “Sol” pelo autoconhecimento e a mudança pessoal após o término conturbado de um relacionamento amoroso é o fio condutor da trama de “Solitude”, primeiro curta-metragem de animação produzido no Amapá com recursos da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

A obra, que também recebeu financiamento do governo estadual, foi aprovada no 1º Edital de Produção Audiovisual do Amapá, ocorrido em 2017, e tem colhido resultados até hoje.

Foto: Divulgação

Diretora e roteirista do projeto, Tami Martins destaca que a história mostra a fuga da sombra da protagonista para o deserto do Atacama, onde acha que terá mais tranquilidade.

“‘Solitude’ conta a história de Sol, uma mulher amapaense que está passando por um ‘perrengue’, que acabou de terminar uma relação amorosa que não era muito legal, e ela está voltando a descobrir e entender a si mesma. E a sombra dela foge para o deserto do Atacama, onde ela acha que vai ficar o mais só possível, em busca de independência. E elas só vão poder se reencontrar, se encontrarem a si mesmas através da solitude”, disse.

Essa “solitude” demostrada pela obra não tem a ver com a solidão, mas, sim, com um estado de espírito em que a pessoa entende o valor da própria companhia, como revelou Tami.

“Solitude é uma palavra diferente de solidão. É tipo você estar ‘de boa’, se sentir bem estando consigo mesma. A ideia do filme surgiu a partir de uma ilustração que representava isso e que eu ilustrei”, disse.

Nos 15 minutos da animação em 2D são retratados lugares conhecidos dos macapaenses: como o Igarapé das Mulheres, no bairro Perpétuo Socorro, que também já inspirou outras obras, como a canção de Osmar Júnior, que leva o mesmo nome no trecho que fica na orla de Macapá.

O filme já foi exibido ao público algumas vezes. Uma delas foi em 2020, no Teatro das Bacabeiras, junto a outras obras audiovisuais financiadas pelo mesmo edital.

Foto: Divulgação

A mais recente exibição aconteceu em junho, no 17º Festival da Imagem-Movimento (FIM). No evento, a obra concorreu e ganhou o prêmio “Gengibirra de Audiovisual”, se destacando a partir de votação do público perante outras produções amapaenses.

A obra ainda não está disponível em serviços de streaming, mas segue nos circuitos de mostras e festivais de cinema e, futuramente, deve ser disponibilizado ao grande público.

Sobre os próximos passos no cinema, Tami planeja continuar realizando produções com o DNA amapaense.

“Nossos planos para o futuro são continuar produzindo um cinema amapaense, nortista, brasileiro, sul-americano, de qualidade, produzindo nossas histórias. Agora, por exemplo, a gente está produzindo uma série chamada ‘Amazônia Panc’, dirigida por Marcus Oliveira”, contou.

Para saber as datas das próximas exibições e locais, basta acompanhar o Instagram @solitude.animacao.


*escrito por Victor Vidigal e Fabiana Figueiredo, da Rede Amazônica 

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