O projeto tem como base as pesquisas do pelo artista sobre a inédita biografia da primeira pianista do Amazonas com recortes de jornais e fotografias da época, além de um total de vinte e oito fotografias produzidas em parceria com as fotógrafas Selma Maia e Gisele Gomes e participação da atriz, cantora e bailarina Evelyn Félix que representa a pianista Celeste Ramos e curadoria do artista, professor e pesquisador Otoni Mesquita.
No dia da exposição, uma mesa redonda será formada pelo idealizador e produtor artístico e executivo do projeto, Tácio Melo com fotógrafos convidados para compartilhar a experiência sobre a produção fotográfica e processo criativo assim como um bate papo sobre a história da obra da primeira pianista do estado do Amazonas, irmã da violinista Ária Ramos que foi assassinada em 1915 em um baile de carnaval em Manaus e que também já foi tema de exposição do artista em 2016 com sucesso de visitação e repercussão na cidade.
Além do edital “Conexões Culturais” da Manauscult que viabilizou a produção e realização da exposição, o projeto também recebe o apoio do Museu da Imagem e Som do Amazonas (Misam) por meio do Núcleo de Fotografia e Vídeo do Amazonas –NFVA.
Produção
Para representar a pianista, Tácio Melo convidou a atriz, cantora e bailarina Amazonense, Evelyn Félix.
A réplica de um piano de cauda em madeira construído pelo artesão Márcio Thomaz compõe o cenário de grande parte das fotografias que foram realizadas na praça do Largo de São Sebastião, Praça Dom Pedro II- Centro Histórico, Biblioteca Pública do Estado do Amazonas e Museu Casa Eduardo Ribeiro todos localizados no centro de Manaus.
O figurino rústico de época com fino acabamento criado pelo artista Arnaldo Barreto, traz cores frias e referências e traços que simbolizam o período de carnaval de época em contraste com a crise da borracha dando originalidade à personagem Celeste Ramos interpretada pela atriz e modelo Evelyn Felix que posou durante dois dias de trabalho para as lentes dos fotógrafos do projeto. O trabalho do cabelo e maquiagem, ficou por conta da design de moda e makeup Ana Paula Simões.
No geral, foram quatorze pessoas diretas envolvidas no processo de produção do projeto, incluindo motoristas com carro frete para transportar o piano, ajudantes, auxiliar de iluminação, vídeo maker, auxiliar de maquiagem e suporte para os equipamentos fotográficos.
A pianista
Celeste Ramos era filha de mãe Brasileira e pai Português, nasceu em Portugal, mas morava em Manaus e mesmo antes da inauguração do teatro Amazonas, em 1896, ela já dava seus primeiros passos na música clássica.
A vinda do pai para Manaus, por conseqüência da riqueza do ciclo da borracha deu a jovem grandes privilégios para sua desenvoltura na música e nas artes. Porém com a crise da borracha e conseqüentemente com a morte da irmã, Ária Ramos, assassinada no baile de carnaval de 1915, motivou a pianista a ir embora da cidade no ano de 1917 fazendo com que seu melhor amigo, ‘’o piano’’, fosse leiloado dias antes de sua partida que foi sentida por todos artistas e amigos que ainda permaneceram tentando a vida na capital amazonense.
Celeste Ramos na época, além de tocar piano, tocava harpa e violino e participou de diversos saraus em Manaus, Rio de Janeiro e em outros países.