O artista conheceu Giverny, onde está localizada a casa de Claude Monet, com seus jardins que foram tema de suas séries de pintura. Giverny foi o pequeno paraíso de Monet, que passou a cultivar plantas exóticas e orquídeas, criando um jardim de água recoberta de nenúfares e ninfeias.
Ao se deparar com essa explosão de cores e espécies florais, Geraldo percebeu a forte identificação visual desse espaço com a paisagem amazônica, com sua vegetação, espelhos d’água, rios, entre outros. A paisagem de Giverny o deslocou no tempo e no espaço trazendo-o de volta para o sussurro dos igarapés amazônicos, onde luz e cor emergem como sonho.
Segundo a curadora Jussara Derenji, “Geraldo Teixeira tem uma trajetória de rio, passa muitas vezes pelos mesmos lugares, mas nem ele, nem os lugares, são os mesmos. A experiência de reconhecimento e construção de imagens vai investir certamente em um dos pontos fortes do trabalho do artista, o manejo da cor. Mas, acima de tudo, vai atestar o seu grande domínio, que é a pintura”.
É justamente a matéria pictórica que é a mais explorada pelo Geraldo que, nesta série, usa a natureza como uma paleta de cores para compor um mundo que gradualmente se desconstrói criando novas visualidades, possibilitando um interessante processo de criação artística a partir de tais referências imagéticas.
Em “Geografia do Espelho”, o artista constrói o sensível, a plasticidade, a arqueologia de uma paisagem gravada no imaginário, transportada para a tela em fragmentos impregnados na memória.
Sobre o artista
Geraldo Teixeira é fundador da Associação dos Artistas Plásticos do Pará e foi curador geral do Salão Paraense de Arte Contemporânea-SPAC. Já participou de várias exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, além de possuir obras em acervos de museus brasileiros.
Utiliza em suas pinturas a encáustica, cujo processo artístico reúne referenciais culturais clássicos ao experimental contemporâneo.Trabalha também no campo tridimensional, utilizando madeira, alumínio, ferro e vidro usando como tema a construção náutica, característica dos rios da Amazônia especificamente os “cavernames” (conjunto de peças que dão forma ao casco da embarcação e estrutura).
Trabalha também com Arte Pública, produzindo obras em grandes dimensões. Atualmente vive e trabalha em Belém.
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