A mostra é parte do projeto “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta”, um instrumento de militância das artes visuais, no campo da antropologia visual, sobre a memória da população negra amazônica.
De acordo com a fotógrafa, trata-se de uma forma de promover o (re)conhecimento do legado e contribuição da população negra na constituição do tecido sociocultural de Rondônia, da região norte e do Brasil, uma vez que as pesquisas e registros sobre as populações negras se concentram nas especificidades e características das populações das regiões nordeste, centro e sul do país – sem muito destaque para o norte.
A exposição “Amazônia Negra” estará aberta para visitação no período de 6 de abril a 3 maio, das 13h às 17h, na galeria Moacir Andrade, de segunda a sexta-feira.
Sobre Marcela Bonfim
Fotógrafa, formada em Ciências Econômicas (2008) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública (2011) pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Desde 2012, dedica-se à fotografia, tendo participado do projeto “Reabilitando pela Arte” (2014-15), realizado no sistema prisional de Rondônia; exposições coletivas pelo Sesc-RO e Agência Amazônia Real (AM); publicações em revistas e periódicos do ICMBio, Governo de Rondônia (2013-2016), entidades do terceiro setor: Kanindé e Rio Terra; além da dedicação ao fotojornalismo pela Agência de Notícias Amazônia Real (desde 2015), e palestras de difusão sobre o projeto “Amazônia Negra” no Pará – Fotoativa, no Maranhão – Casa de Nhozinho, em Porto Velho – IFRO, Uniron, Museu Palácio da Memória, Tribunal de Justiça, Universidade de Rondônia-Departamento de Sociologia, SESC-RO e escolas públicas.
Marcela descobriu o racismo na busca pelo primeiro emprego. Para enfrentar a experiência e sua própria negritude, comprou uma câmera fotográfica e começou a registrar mulheres, homens, crianças, jovens e velhos, negros e negras na Amazônia; em suas comunidades, rituais, festejos e em penitenciárias. O que as lentes captaram foi à resistência pela preservação da cultura e dos costumes, da beleza e da estética negra. Foi na Amazônia que ela “enfrentou” a cor de sua pele.
Confira algumas fotos da mostra: