Conheça o poema amazonense premiado em concurso nacional de poesia

Estudante Vitor Gusmão foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete)

O estudante Vitor Gusmão, do curso de Geografia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi um dos vencedores do 17º Concurso Estudantil de Poesia do Festival de Cenas Teatrais (Fescete). Ele conquistou o primeiro lugar na categoria estudantil universitária, com a poesia Antepassados.

Como prêmio, o estudante irá receber o Troféu Iracema Paula Ribeiro, que homenageia a fundadora da escola e grupo de teatro Tescom, que organiza o Festival em parceria com a prefeitura de Santos (SP).

Foto: Divulgação

O 17° Concurso Estudantil de Poesia do Fescete acontece anualmente, o concurso tem o objetivo de incentivar a escrita poética de estudantes de escolas e universidades, além de estimular a criatividade e premiar as melhores poesias inscritas. 

O concurso é dividido em quatro categorias, ensino fundamental I e II, Ensino Médio e Ensino Universitário e os vencedores de cada categoria recebem o Troféu Iracema Paula Ribeiro. Importante destacar que o concurso ocorre durante o Fescete que premia as melhores cenas teatrais do país. 

Confira abaixo o poema ‘Antepassados’, de Vitor Gusmão:

 Antepassados

Sou a árvore da semente que
cresceu com as raízes
dos meus antepassados

Sou a flor que brotou
com o suor da caminhada
quente, percorrida pelos
meus ascendentes

Sou o fruto que se deu com
as batalhas da vida difícil,
das origens dos meus precursores

Sou o filho do farinheiro, do marceneiro
e do industriário, sou neto do pescador
que trouxe até a mesa como alimento,
o famoso tambaqui assado.

Sou a canoa que o canoeiro rema,
O pescador que quer pescar o peixe,
A tarrafa e a malhadeira jogadas
dentro do rio junto com o anzol

Sou uma gota de sangue
dos portugueses, dos peruanos,
dos povos indígenas nativos,
do vizinho paraense,
do nordestino cearense
que fugiu da seca e da fome

Sou o poeta que herdou
O dom de escrever poesia,
O dom que foi deixado pelos
meus tios Antônio e Teodoro

Sou o caboclo amazonense
que assim como os meus ascendentes,
respinga o suor que escorre pelo rosto
com o corpo todo ensopado
depois de uma chuva de mormaço.  

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