Artesões ganham espaço fixo no Mato Grosso

Setembro será um mês de comemoração para os artesãos de Mato Grosso. Eles conquistaram um espaço fixo para comercializar seus produtos na réplica dos casarões de Cuiabá, na Orla do Porto, todas as sextas-feiras. A novidade, que será aberta ao público já nesta sexta-feira (08), das 17h às 22h, foi intermediada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), por meio da adjunta de Empreendedorismo e Investimento junto à Secretaria Municipal de Cultura. Contará com a participação de artesãos de Cuiabá, Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cáceres e Tangará da Serra.

“Teremos inicialmente 70 artesãos cadastrados pelo Programa de Artesanato Mato-Grossense de diversas tipologias, com expectativa de ampliar esse número e potencializar a geração de renda desses trabalhadores que contribuem para que  a nossa cultura se espalhe”, afirmou o secretário de adjunto de Empreendedorismo e Investimento da Sedec, Leopoldo Mendonça.

Foto: Divulgação/Sedec-MT 

O secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá, Francisco Vuolo, também entende que artesanato é um produto importante para geração de renda, além de fomentar o turismo. “Trabalhamos para transformar a Orla do Porto em um polo de exposições, de feiras de diversas formas. A parceria com o Estado, através da Sedec, está incrementando o projeto, pois estamos aproveitando a expertise que a Sedec tem, inclusive junto ao Governo Federal”, destacou.

Nesse sentido, nas quintas e sextas-feiras a Orla do Porto abrigará o artesanato e nos sábados e domingos a ideia é abrir espaço para outras atrações, como feira indígena, gastronômica, entre outras.

A Associação da Orla do Porto de Cuiabá foi instituída com o objetivo de fortalecer os artesãos e agilizar os assuntos pertinentes aos mesmos, como defender um espaço fixo para que pudessem ter referência. Ela ficará responsável pelo bom desempenho e andamento da feira e dos artesãos nas sextas-feiras.

“Vejo que é um sonho dos artesãos sendo realizado. Antes as feiras que integrávamos não eram exclusivas de produtos de artesanato, tinha uma mistura de produtos importados, era feira aberta. Agora é possível qualificar o artesão, porque só poderá participar com produtos que ele mesmo produz, ou seja, genuinamente artesanal”, frisou o presidente da Associação da Orla do Porto de Cuiabá, André Toledo, que fabrica brinquedos educativos e pedagógicos em madeira.

Para André, expor todas as sextas-feiras no mesmo local é poder criar uma referência. “O turista e qualquer pessoa que deseja conhecer ou adquirir uma lembrança do artesanato mato-grossense saberá onde encontrar. Os artesãos precisavam desse espaço”, pontou.

Produtos

Em maio deste ano os artesãos realizaram a I Feira do Artesanato na Orla do Porto, exibindo uma variedade de produtos. O retorno ao local, no entanto, tem sabor de vitória depois de uma busca incessante por um espaço. Dessa forma, os visitantes terão a oportunidade de apreciar e adquirir itens de cada artesão, bem como os quitutes da culinária mato-grossense, como licores, biscoitos, paçoca, banana da terra frita em sabores variados, rapadura, doces regionais, entre outros.

Entre os produtos é possível encontrar fabricações em madeira, de fibras, acessórios de fios e tecidos, como tiara e laços, chinelos, sabonete artesanal, jogos educativos e muito mais.
“Todos os itens são produzidos pelo expositor. É um requisito, uma exigência para que ele possa participar da Feira da Orla do Porto. Cada um com o seu, não poderá vender produtos que não sejam da sua autoria, nem de outro artesão”, explicou a coordenadora do Artesanato Mato-grossense, Lourdes Josafá Sampaio.
Outros quesitos também são exigidos do artesão, entre eles, possuir a carteira de artesão e estar cadastrado no Programa de Artesanato Mato-grossense e fazer parte da Associação da Orla do Porto de Cuiabá.
“Artesão de todo o Estado poderão se associar, basta cumprir o regimento”, explicou a superintendente de Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor, da Sedec, Caroline Arruda Monteiro, que acompanhou as discussões para a criação da Associação.

Além de atender uma demanda do setor, a abertura de espaço para o artesanato agrada também os moradores locais. A aposentada Sidonia Checon, por exemplo, disse que desde que o espaço foi revitalizado ela logo pensou no artesanato. “Sempre achei ideal para isso, que fosse uma coisa permanente ou pelo menos todos os finais de semana, que tem bastante movimento. Além de dar vitalidade para a região, contribui com os artesão, que podem aumentar as vendas. É uma boa oportunidade para ambos (comunidade e artesãos)”, disse a moradora da região.
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