Artes plásticas e poesia compõem a mostra “Armadilhas para pegar cor” no Mato Grosso

Quadro apresentado na amostra. Foto: Divulgação/Governo do Mato Grosso
“Armadilhas para pegar cor” é o nome da nova exposição aberta nesta terça-feira (11.10), às 19h30, na Galeria de Artes Lava Pés, localizada na Secretaria de Estado de Cultura (SEC-MT). As obras do artista plástico mato-grossense Jonas Barros dialogam com fragmentos de poemas do autor sergipano Marcos Moura Vieira em uma mostra verbo visual. A exposição fica em cartaz até 31 de dezembro e pode ser visitada de segunda a sexta-feira. A entrada é gratuita.
Marcos e Jonas se conheceram em 1993 quando, juntamente com os também artistas Gervane de Paula e Carlos Lopes, dividiram um ateliê na Rua 24 de Outubro, área central de Cuiabá. A parceria entre Jonas e Marcos se concretizou em 2015, numa série de três produções conjuntas. A primeira é o livro “Tons amarelos sobre rosa selvagem”, com as poesias completas de Marcos Moura Vieira e telas de Jonas Barros. A segunda é o catálogo “Armadilhas para pegar cor”, que traz os fragmentos dos poemas acompanhados das pinturas. Há ainda o DVD Só quero a cor, que documenta uma conversa entre escritor e artista sobre a arte e a vida.
A exposição em cartaz na Galeria Lava Pés pretende levar até o público esse diálogo de gêneros entre o livro e as telas. A temática da cor abarca os 16 experimentos em artes plásticas de Barros, bem como os 13 grupos de poemas sensoriais de Vieira.
“Neste conjunto de obras que compõe com a poesia de Marcos Moura Vieira uma combinação potente, o rio e seus elementos são pretextos com os quais pensa a pintura e suas chagas, essa prática desgastada por sucessivas gerações de ismos e experimentos no Ocidente, com morte mil vezes declarada”, observa a arquiteta e historiadora Ludmila Brandão.
A mostra já passou pelas cidades de Aracaju (SE), em junho, e Fortaleza (CE), em agosto deste ano, mas é inédita em Mato Grosso. Segundo Jonas Barros, as telas apresentadas na exposição abarcam períodos diversos de criação, desde a década de 90 até épocas mais recentes.
Depois de participar da mostra Caminho da Coluna Prestes, que esteve em cartaz no ano passado no Museu de Arte de Mato Grosso, Jonas apresenta trabalhos inseridos em um de seus grupos de experimentos, os rios e armadilhas. “Os trabalhos surgem a partir de observação dos elementos que estão à minha volta. Nada é previsível na tentativa de colocá-los no lugar comum da arte”, revela o artista.
Este olhar diferenciado para a natureza que o cerca (Jonas mora em Nobres) foi uma das inspirações para as poesias de Moura Vieira. “Me comove que as palavras se alimentem, no tempo-espaço da vida campesina, da lida do homem entre a natureza violenta que ele busca dominar e a arte posta ali tal um presente ofertado pelo artista para dar acabamento a realidade dos elementos naturais”, diz o  poeta.
Para o jornalista e escritor Jozailto Lima, “nesta viagem dão-se as mãos um poeta que maneja bem o verbo no Nordeste há mais de três décadas e um pintor do Centro-Oeste com menos tempo de estrada, mas de talento e traços marcantes na pintura e no desenho contemporâneo brasileiros. Os dois se flertam e cada um diz muito bem nesse fantástico mistério ou itinerário que é pintar e escrever”.
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