A literatura na escola e na sala de aula

A escola deve ser uma grande incentivadora da leitura. O trabalho com a leitura deve estar em seu planejamento. Quantas horas semanais e mensais serão dedicadas à leitura de narrativas?

A leitura de livros pode ser dividida em momentos. 

Primeiro momento: leitura livre na biblioteca, permitindo aos estudantes a liberdade de folhearem diversos livros, escolherem o que querem ler, como incentivo à leitura autônoma.

Segundo momento: promover aulas de leitura espontânea e coletiva na sala de aula, com livros escolhidos pelo professor ou pela turma. Nesse momento, o professor deve incentivar a troca de ideias sobre as narrativas. O objetivo dessa atividade é que os alunos leiam uma história apenas pelo prazer de ler.

Terceiro momento: reservar aulas para o aprofundamento da leitura, selecionando alguns tópicos das histórias para serem abordados com os estudantes. Eles podem ser trabalhados de forma interdisciplinar, ou seja, podem ser relacionados a outros componentes curriculares.

Foto: Pixabay

Quando a escolha do livro for feita pelo professor, mediador e animador da leitura, ele precisa primeiramente ler as obras, analisando, refletindo, avaliando se o livro é adequado a sua turma e considerando a faixa etária e a competência leitora dos estudantes. Também deve analisar se os temas serão úteis para ampliar os conhecimentos espontâneos que a criança já traz de sua experiência de vida e selecionar histórias que tragam assuntos que despertarão o interesse dos estudantes nesse momento.

Destaco a necessidade de atenção e cuidado do professor no momento da escolha do livro para que a sua prática pedagógica esteja alinhada com o que diz a BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Ela ressalta que as habilidades linguísticas não são desenvolvidas de forma genérica e descontextualizada, mas por meio da leitura de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos da atividades humana.

Ressalta ainda que a demanda cognitiva das atividades de leitura deve aumentar progressivamente desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio e que o uso das habilidades de leitura exige processos mentais necessários e progressivamente mais demandantes, passando de processos de recuperação de informação (identificação, reconhecimento, organização) a processos de compreensão (comparação, distinção, estabelecimento de relações e inferência) e de reflexão sobre o texto (justificação, análise, articulação, apreciação e valorações estéticas, éticas, políticas e ideológicas).

Desse modo, ao mesmo tempo em que as práticas de leitura propostas conversam com o que preconiza a BNCC – ampliam o multiletramento dos alunos por meio da incorporação de estratégias de leitura de forma progressiva, das mais simples às mais complexas –, elas promovem a introdução e o aprofundamento da relação das crianças com a leitura de modo menos imposto e mais orgânico.

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