Você sabia que existem vulcões na Amazônia?

Formados há quase 1,9 bilhão de anos, o primeiro vulcão foi identificado no início dos anos 2000

No sul do Pará, dois morros escondem 2 dos mais antigos vulcões do mundo. Formados há quase 1,9 bilhão de anos. Apesar da idade, o primeiro vulcão só foi identificado na região no início dos anos 2000.

Ao longo da formação da Terra, a Amazônia, há cerca de 2 bilhões de anos, foi um gigante campo de vulcões ativos. Essa atividade vulcânica foi constante na região por cerca de 300 milhões de anos, durante a era geológica conhecida como Paleoproterozóica.

As pesquisas de descoberta dos vulcões surgiram desde 1998, realizadas em grupos de pesquisas brasileiros, como UFPA (Universidade Federal do Pará) e da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), além de universidades da Europa e Estados Unidos.

Foto: Divulgação

 “Na época em que encontramos o primeiro, nós achávamos que todos tinham por volta de 1,88 bilhão de anos. Hoje já estamos vendo vulcões de até 2 bilhões de anos”, diz o geólogo Caetano Juliani, professor do Instituto de Geociências da USP (Universidade de São Paulo).

Até agora, os cientistas não sabem exatamente quantas estruturas existem, principalmente na região localizada entre os rios Tapajós e Jamanxim, no Pará. Próximo dali, na área do Xingu, e também no Mato Grosso, foram encontradas outras estruturas, de períodos diferentes.

Foto: Divulgação

De acordo com o geólogo, os vulcões amazônicos, quando ativos, eram semelhantes às estruturas do oeste dos Estados Unidos e da Sierra Madre Ocidental, no México. Além disso, o cenário da região era diferente da vegetação densa e da grande biodiversidade encontrada atualmente na Amazônia brasileira.

“A vegetação vem, na história da Terra, muito tempo depois, de uns 400 milhões para cá. Então, quando os vulcões da Amazônia estavam ativos, a atividade biológica era só bactérias, algas. Temos alguns indícios de que a região que se aproximava mais de um deserto do que de um terreno mais úmido e com rios. O clima era bem quente, tinha uma evaporação muito alta”, explica.

Caetano Juliani explica que, no caso da Amazônia, houve uma intensa movimentação da placa oceânica para baixo da camada continental. “Vimos, inclusive, duas fases de placas oceânicas abaixo da Amazônia e temos convicção de que isso gerou o vulcanismo”, esclarece.

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