Vídeos explicam como energia renovável pode ser alternativa para comunidades na Amazônia

O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) realizou dois estudos, um econômico e outro qualitativo e quantitativo, sobre o projeto Xingu Solar do Instituto Socioambiental (ISA). Segundo a avaliação, a combinação da produção de energia elétrica de geradores a derivados de petróleo com painéis fotovoltaicos poderia trazer a economia de mais de R$ 360 mil por ano em subsídios federais, caso o atendimento fosse realizado no âmbito do programa Luz para Todos.

Além disso, a pesquisa mostrou que as comunidades locais preferem energias renováveis devido à segurança energética por não depender da disponibilidade de combustíveis fósseis e aos benefícios ambientais. O resumo dos estudos está disponível em vídeos.

Assista:

Os vídeos mostram que nem todos os brasileiros estão conectados aos fios do Sistema Interligado Nacional (SIN), que distribui a energia gerada pelas diversas fontes do país. Cerca de três milhões de pessoas são atendidas por sistemas de energia elétrica isolados do SIN, e a maior parte dessas pessoas está na Amazônia. O problema disso é que nem todas essas fontes locais de energia elétrica são seguras, deixando a população que é mais afastada carente de energia para carregar uma lanterna.

“A motivação é discutir o acesso à energia elétrica às centenas de milhares de brasileiros que vivem em áreas remotas na Amazônia, na expectativa de que o enfrentamento deste desafio se dê por meio de uma política pública articulada e inovadora que vá além do setor elétrico”, Pedro Bara, pesquisador do IEMA.

O estudo avaliou os impactos econômicos do uso de painéis solares no TIX e os aspectos socioculturais e comportamentais locais com relação ao acesso à eletricidade. Para isso, foram realizadas entrevistas em 15 aldeias com 117 atores envolvidos no projeto: participantes dos cursos de formação, lideranças indígenas, parceiros e equipe do ISA.

Impacto nas contas públicas

O uso da energia solar no lugar dos geradores a diesel no TIX poderia ocasionar a economia de mais de R$ 360 mil por ano em subsídios. Esse potencial econômico é ainda mais expressivo se considerar que a população do TIX é de oito mil pessoas e estima-se que até dois milhões no país ainda não têm acesso. Esse valor de economia é decorrente da simulação do cenário em que as demandas reprimidas por energia ​elétrica​ na região seriam atendidas.

Foto: Divulgação

O custo por unidade de energia elétrica gerada é: diesel, R$ 1,70; híbrida, R$ 1,42; e solar, R$ 1,04. A opção fotovoltaica e a híbrida – energia solar mais gerador derivado do petróleo – são mais econômicas.

Preferência pela solar

Os painéis foram instalados em construções de uso público e não em unidades familiares. No total, 96% dos habitantes com energia fotovoltaica preferem este tipo de geração do que de derivados do petróleo. “Com o potencial de energia solar da região do Xingu, não faz sentido que centenas de aldeias ainda dependam, o ano todo, de uma complexa logística para abastecimento e manutenção de geradores a diesel. É possível ter em fontes alternativas o suprimento para as necessidades dos índios, com um custo menor no longo prazo”, aponta Paulo Junqueira, coordenador adjunto do Programa Xingu, do ISA.

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