Universidade de Rondônia mantém site colaborativo de Memórias Indígenas

O site possui documentários produzidos pelos povos indígenas, textos informativos, galerias de imagens, materiais didáticos bilíngues, entre outros.

O trabalho realizado por docentes e pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia junto com os alunos do curso de Licenciatura Básica Intercultural Indígena e a comunidades indígenas levou à criação de um espaço virtual sobre memórias e as culturas de povos indígenas de Rondônia e Mato Grosso

O objetivo do projeto Memórias Indígenas em Rondônia e Noroeste de Mato Grosso é criar um território de conhecimento online para que toda a sociedade tenha informações de qualidade sobre os povos indígenas de Rondônia e Noroeste de Mato Grosso. O site que foi idealizado em 2016 , está em constante construção, com um perfil coletivo e colaborativo para manter conteúdos atualizados e novas informações constantemente inseridas na plataforma.
Foto: Divulgação/UNIR

Conteúdos 

As ferramentas de conhecimentos na temática indígena disponíveis gratuitamente no site incluem desde documentários produzidos pelos povos indígenas, textos informativos, galerias de imagens, materiais didáticos bilíngues, entre outros.  

“O grande objetivo do site é que ele seja também utilizado por professores e professoras em sala de aula para juntos fortalecermos a efetivação da Lei 11.645, que tornou o ensino de história e cultura indígena obrigatórios nas escolas brasileiras”,

comentou a professora Maria Lúcia Cereda, uma das coordenadoras do projeto.

A professora Roseline Mezacasa, também coordenadora do projeto, destaca ainda que “Navegando no site o internauta acessará um universo de conhecimentos que propiciam olhares para construirmos melhores relações interétnicas, pautadas no respeito pelas culturas, línguas e histórias indígenas e, principalmente, por evidenciar a diversidade de povos indígenas que vivem no Estado de Rondônia e Noroeste de Mato Grosso”. 

Foto: Divulgação/UNIR

O objetivo dos trabalhos é registrar os elementos culturais (histórias, memórias, cosmologias, modos de fazer, entre outros) dos povos indígenas que vivem no Estado de Rondônia e Noroeste de Mato Grosso, bem como ampliar o acesso ao grande público de estudantes, professores e pesquisadores, aos registros bibliográficos já existentes, como, por exemplo, os próprios trabalhos de pesquisadores e pesquisadoras indígenas no âmbito da Licenciatura em Educação Intercultural (Deinter). 

 Protagonismos

A constituição desta pesquisa parte também da iniciativa dos povos indígenas que, percebendo a importância de projetos de levantamento e de registro dos conhecimentos tradicionais, constantemente buscam instituições de ensino e pesquisa para a construção de propostas que se somem aos seus esforços, construindo relações de parceria e colaboração. Nesse contexto, os povos indígenas vêm protagonizando projetos que contemplam e fortalecem o registro e a valorização dos saberes ancestrais.

Os temas registrados foram orientados a partir do interesse dos povos. A pesquisa teve fluidez para que os povos indígenas escrevessem, contassem e se apresentassem dentro das suas dinâmicas e complexidades de ser indígena nos tempos atuais. Assim, entrevistas, oficinas, rodas de conversas, pescarias, banhos de rios, conversas em ambientes acadêmicos, conversas em reuniões políticas, rodas de chichas, pontos de memórias, foram algumas das trajetórias por onde passaram os envolvidos nesta experiência intercultural para a concretização da pesquisa e do site. 

Foto: Divulgação/UNIR

Territórios online

De acordo com as coordenadoras, espera-se, por meio das experiências do projeto, um fortalecimento de parcerias entre a UNIR e os povos, em contextos de projetos colaborativos, que contribuam para o fortalecimento da cultura indígena. Além disso, a criação de um “território do conhecimento online que apresente aos não indígenas a rica diversidade dos povos que vivem em Rondônia e Noroeste de Mato Grosso, possibilitando a construção de relações interculturais pautadas no conhecimento e no respeito pela diversidade humana.

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