Tímidos? Conheça 3 animais amazônicos pouco vistos

Tamanduaí, pacarana e papa-mel são animais encontrados com menos frequência na natureza.

A Amazônia que fascina por seu tamanho é também a mesma que desperta curiosidade com sua fauna de mais de 30 milhões de espécies, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Sons assustadores, camuflagens perfeitas, hábitos noturnos peculiares são algumas características dos animais que a maior região verde do planeta abriga. E, muitos deles, a ciência nem conseguiu catalogar ainda.

Mas os estudos provam que eles também são essenciais para o equilíbrio de complexos ecossistemas, até mesmo os mais “tímidos”, aqueles que não são vistos com frequência. Conheça três deles:

Tamanduaí 

O tamanduaí (Cyclopes didactylus) é o menor tamanduá existente em toda a natureza brasileira. Alimenta-se de insetos como formigas e cupins e tem hábitos noturnos. Durante o dia, costuma ficar enroscado no alto das árvores, de ponta-cabeça, pendurado pelo rabo.

Mede, em média, 20 centímetros e pesa 400 gramas. Por viver na copa das árvores, só é possível ver esse animal por conta do processo de desflorestamento, geralmente porque morreu, foi ferido ou porque está procurando um refúgio.

Segundo o biólogo Rogério Fonseca, os tamanduaís, em geral, quase não são vistos. “Esse bicho é extremamente diminuto, poucas pessoas viram ou pegaram, justamente porque vive nas árvores. Ele é praticamente um ser mitológico para alguns biólogos”, contou.

É um animal solitário. Costuma circular pelos ramos das árvores e raramente desce ao solo. Quando se sente ameaçado, assume uma postura defensiva, erguendo-se sobre as patas posteriores, que estão sempre agarradas a algum apoio, e enrolando a cauda seguramente ao apoio. Sua temperatura não ultrapassa 33º.

Tamanduaí, menor espécie brasileira de tamanduá vive na Amazônia. Foto: Laerzio Chiesorin Neto/Cetas/Sauim Castanheiras

Pacarana

A pacarana (Dinomys branickii) possui uma cor acinzentada, quase preta, com manchas brancas. Animal com hábito aquático muito grande, mas, ainda assim, é classificado como animal terrestre. A pacarana é o terceiro maior roedor do mundo. É herbívora, come folhas, caules, flores.

“Ela é quase que 98% herbívora. Por ser um grande roedor, o dente tende a ser desgastado. Vive em grupos pequenos de, no máximo, seis indivíduos. É muito rara de ser vista”, explicou Rogério.

As pacaranas possuem hábitos noturnos. Costuma ser um animal tranquilo e não ataca. O nome pacarana origina-se do tupi e significa “falsa paca” ou “similar a uma paca”, nome proveniente da similaridade destes animais, tanto em tamanho quanto no padrão de coloração dos pelos. A pacarana, porém, possui um corpo mais robusto do que a paca.

Pacarana vive na Região Amazônica. Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá

Papa-mel

Também conhecido como irara (Eira barbara), o papa-mel é confundido com um animal extremamente violento, pois emite um som às vezes assustador, segundo o biólogo.

Tem uma característica de forragear a floresta, ou seja, sair à procura de alimentos com o seu faro, que é extremamente aguçado. Como o próprio nome dele propõe, rastreia colmeias de abelhas nativas para consumo.

“É um animal que vive na essência da floresta. Consegue trepar nas árvores muito bem, mas o lugar dele é no bosque mesmo das florestas, na parte de baixo das florestas”, contou Fonseca.

Este animal, segundo o pesquisador, tem uma vida ativa, intensa, em busca do alimento. Possui hábitos solitários, diuturnos (dia ou noite). Além disso, pode medir cerca de 60 centímetros. 

Papa-mel vive em florestas tropicais e se alimenta de frutos e outros animais. Foto: Divulgação/Fabrício Corsi Arias

*Com informações da matéria escrita por Rebeca Beatriz, do acervo do g1 Amazonas 

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