Gildo da Silva Conceição, de 54 anos, mora sozinho em uma propriedade com cerca de três hectares no Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (Cferg), entre os municípios de Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
Isolado há 25 anos no Complexo de Florestas Estaduais do Rio Gregório (Cferg), que fica entre as cidades acreanas de Tarauacá e Cruzeiro do Sul, interior do estado, o seringueiro e extrativista Gildo da Silva Conceição, de 54 anos, recebeu, esta semana, doações das equipes da Secretaria de Meio Ambiente e das Políticas Indígenas do Acre (Semapi) e do Centro Integrando de Operações Aéreas do Acre (Ciopaer).
Ele só foi localizado pelas equipes em 2019, quando faziam levantamentos na área. Sem condições de ir até o local, as equipes do governo conseguiram há cerca de três meses o primeiro contato com o morador com ajuda do helicóptero harpia 03, do governo do estado.
O extrativista mora em uma clareira de cerca de três hectares aberta no meio da floresta sem energia elétrica e água encanada. Segundo o gestor do complexo de floresta, Victor Melo de Lima, em um raio de 27 km da casa do morador é apenas floresta. No local há a casa de Gildo e uma casa de seringa.
Gildo tira o sustento da seringa que retira da floresta. Uma vez por ano, o seringueiro vai até a cidade de Tarauacá vender sua produção e comprar mantimentos.
Infecção pela Covid
Mesmo isolado, em maio deste ano, quando a equipe do governo fez o primeiro contato com o seringueiro, os servidores o encontraram doente, fraco e com sintomas da Covid-19. Ele contou que tinha ido até o município de Tarauacá dias antes comprar mantimentos e quando retornou começou a ficar doente.
“Há três meses fomos fazer um levantamento dos dados dele, pois ainda não tínhamos tido contato com ele e, quando chegamos lá, ele apresentava sintomas de Covid, estava bem fraco. Retornamos no dia seguinte para levá-lo para o hospital. Ele sai uma vez por ano da localidade”, complementou Lima.
Gildo foi levado de helicóptero até a pista de pouso de Tarauacá, onde uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aguardava por ele. Da pista de pouso, o seringueiro foi levado para o hospital da cidade e ficou quatro dias internado.
“Fizeram um exame nele e deu positivo para Covid. Fez o tratamento e voltou para a casa dele”, destacou.
Nessa segunda (2), as equipes do Ciopaer e da Semapi estavam em uma região próximo da casa de Gildo e resolveram pousar para saber como ele estava. Segundo o gestor Victor de Lima, o seringueiro estava no meio da mata trabalhando e bem de saúde.
“Lá não tem contato, estávamos em outra missão próximo da área dele, pousamos para ver como estava. Levamos algumas cestas básicas, algumas coisas porque quando ele vai na cidade que volta não tem como levar muita coisa. Se recuperou bem, quando chegamos lá estava cortando seringa”, disse.
O gestor acrescentou também que foi feito o cadastro do seringueiro no Instituto de Terras do Acre (Iteracre). Após o primeiro contato, Lima disse que o seringueiro passou a cogitar adquirir um propriedade mais próxima da rodovia
“Ele demonstrou interesse de adquiri um lote perto da BR, mas dentro da floresta ainda. Ou também perto do Rio Gregório, que são áreas destinadas à moradia. Vamos levar ele para olhar um lote, e vai avaliar. Ele tem um irmão que mora perto da floresta, mas os demais parentes não temos conhecimento”, concluiu.