De visitantes de residências a nadadores olímpicos, os animais são capturados em locais inusitados em regiões urbanas
A Amazônia possui a maior variedade de jacarés do mundo. Das 8 espécies existentes em todo o mundo, 4 estão na região, jacaré-açu, jacaré-tinga, jacaré-paguá e jacaré-coroa.
Contudo, não é incomum ver algum desses animais vagando pelas cidades da região Norte e em outros pontos do país.
O caso mais recente em Manaus aconteceu no dia de 1 de setembro, onde funcionários de um Clube de Natação encontraram um jacaré na piscina do Bosque Clube, no bairro Chapada, zona centro-sul da capital.
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Mas, afinal, por que os chamados “lacoste” são vistos fora de seu habitat natural? O Portal Amazônia entrevistou o pesquisador do INPA e Membro do IUCN (Crocodile Specialist Group), Dr. Wiliam Magnusson para explicar o porquê isso ocorre.
Existem 4 espécies, o jacaré-açu é o maior e encontrado principalmente na várzea. Os menores são o jacaré coroa, encontrado principalmente na mata, e o jacaré-paguá, encontrado geralmente no interface da floresta e outros ambientes. O jacaré-tinga é intermediário em tamanho, mais generalista, e a espécie mais frequentemente encontrada na zona urbana..
É comum encontrar jacarés fora dos igarapés, pois os jacarés saiam dos igarapés para tomar sol, e na procura de novos corpos d`água. Também, nidificam (constroem seus ninhos) na terra.
Eles ocupam qualquer ambiente aquático e podem aproveitar do lixo jogado no igarapés e os outros animais, como ratos, que aumentam em situações insalubres. Não tem razão de crer que o comportamento dos jacarés na zona urbana está relacionado com mudanças climáticas, mas o aumento em eventos climáticos extremos, como secas e inundações, poderia forçar os jacarés a se deslocar e entrar em contato com pessoas.
Os jacarés podem ameaçar, trazer riscos para a população ?
Os jacarés, em geral, não apresentam riscos para as pessoas, e podem ser benéficos em reduzir os ratos que transmitem doenças ao ser humano. No entanto, se forem alimentados podem perder o medo das pessoas. São animais com mordida forte. Portanto, não se deve alimentá-los porque qualquer erro poderá levar a uma mordida. Eles devem ser tratados como a maioria das pessoas tratam cachorros que elas não conhecem, não se aproximando e não se alimentando. Sem dúvida, o risco de ser atacado por um cachorro em Manaus é milhares de vezes mais provável que ser mordido por engano por um jacaré.