Pesquisa identifica espécies ameaçadas de extinção vivendo na costa do Amapá; veja quais são

Um pesquisa identificou que algumas espécies ameaçadas de extinção estão vivendo na costa do Amapá, como o tubarão-martelo, mero e cação. A pesquisa resultou no livro “Peixes da Zona Costeira do Parque Nacional do Cabo Orange, Estuário Amazônico, Amapá, Brasil”, lançado no dia 27 de março, em Macapá.

A região, que percorre os municípios de Oiapoque e Calçoene, foi escolhida como foco de atuação por conta da equipe entender que ainda são escassas as informações em torno do ecossistema marítimo do local.

Foto: Projeto PAS/Divulgação

E nessa busca por conhecimento, foi possível avistar espécies consideradas raras até mesmo por pescadores da região, como explica a pesquisadora e professora do curso de engenharia de pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) Neuciane Barbosa, de 37 anos, uma dos autores do livro.

“O principal peixe que conseguimos catalogar foi o mero, que está na lista de espécies ameaçadas de extinção e pelos relatos de pescadores é muito raro de ser visto. Quanto mais a gente duvida, mais a gente acaba encontrando respostas e o mero foi uma dessas respostas”, disse Neuciane.

Além de espécies em risco, foram encontradas outras bem mais conhecidas da população como a pescada-amarela, arraia, tralhoto, bagre, dourada e piramutaba.

O trabalho, que apresenta informações científicas, descrição, hábitos e status de conservação dos animais, já chama atenção da Agência de Pesca do Amapá (Pescap), que pensa em usar os dados como base para ações de preservação e desenvolvimento do setor pesqueiro no estado.

“Esse livro vai inventariar novas prospecções sobre esse bioma. No momento que se identifica essas espécies de peixes, é possível saber como é a cadeia alimentar desse ecossistema. Com isso podemos observar que algumas espécies podem estar sendo ameaçadas porque há uma captura de forma desproporcional de peixes que servem de alimentos para outras espécies”, explicou o diretor-presidente da Pescap, Edson França.

Contando com o trabalho de sete pesquisadores da Pescap e da Ueap, a pesquisa teve o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e financiamento de R$ 190 mil do programa Área Protegidas da Amazônia (Arpa), nos dois anos de atividades voltadas à obra.

O engenheiro de pesca Daniel Lima, de 32 anos, que também foi um dos colaboradores do estudo, destaca o pioneirismo do trabalho para a pesquisa científica do Amapá.

“Esse estudo tem grande relevância pois traz mais incentivos para a área de pesquisa científica no Amapá e destaca a atuação dos pesquisadores da Ueap. Além disso, ele pode ser usado pelos próprios pescadores que atuam na costa, porque ainda não havia um livro com as informações biológicas dos peixes para que eles pudessem saber mais”, frisou Lima.

O livro não estará disponível para a venda. A intenção dos organizadores é que ele seja doado a instituições de ensino de todo o Brasil e, posteriormente, seja ofertado de forma gratuita em formato de “pdf”.

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