Quando se auxilia os outros, auxilia a si mesmo.
A prática do voluntariado é um exercício de cidadania, empatia, mobilização da sociedade para causas sociais e urgentes. Na Amazônia, muitos jovens e adultos fazem atividades voluntárias, principalmente ligadas às ONGs e missões religiosas em terras indígenas e comunidades ribeirinhas.
Segundo a definição das Nações Unidas o termo voluntário corresponde ao “jovem ou adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social, ou outros campos…”.
De fato, o voluntário é o agente da transformação que, mesmo sem remuneração, presta relevantes serviços a determinado grupo social, doando seu tempo para ajudar e colaborar com o bem-estar das pessoas e ainda tendo essa oportunidade de conhecer novas realidades, sair da convencionalidade do dia a dia.
Para o pesquisador e voluntário Francisco Lima o voluntariado é uma:
“Ação consciente e espontânea, visando o bem-estar de um grupo, fazendo com que o ser humano saia da zona de conforto e auxilie os povos Yanomami. É uma prática de cidadania e bem-estar para a alma das pessoas que se colocam à disposição para auxiliar os outros. Quando se auxilia os outros, se auxilia a si mesmo”.
O voluntário é o ator social motivado, que se engaja, participa de modo consciente a ajudar povos e comunidades tradicionais. Esse trabalho pode durar poucos dias ou meses, dependendo da atividade voluntária a ser desenvolvida.
Na terra indígena Yanomami, em Roraima, há uma crise sanitária e humanitária decorrente de quadros de desnutrição severa e malária nas crianças que vivem na maior reserva do país.
Essa situação nos últimos dias impactou a mídia brasileira e estrangeira devido às condições lastimáveis de desnutrição dessa população indígena.
O Ministério da Saúde abriu inscrições para cadastro voluntário de profissionais que queiram atuar na Terra Yanomami por meio da Força Nacional do SUS. A maior reserva do Brasil enfrenta uma crise sanitária decorrente da desassistência aos indígenas, sendo decretada emergência de saúde pública.
Se você é formado na área de saúde e deseja ser um voluntário, preencha o formulário online com o nome completo e a área de formação.
O cadastro é permanente para que convocações possam ser feitas em eventuais futuras missões. Segue o link.
Que esta experiência de Olhar Amazônia com pertencimento possa ser multiplicada para a definição de campos possíveis de ação nas políticas públicas destinadas às populações tradicionais. Continue nos acompanhando e envie suas sugestões no e-mail: lucileydefeitosa@amazoniaribeirinha.com
Sobre a autora
Lucileyde Feitosa é professora, Pós-Doutora em Comunicação e Sociedade (Universidade do Minho/Portugal), Pós-Doutora em Geografia pela Universidade do Minho/Portugal, Doutora em Geografia/UFPR, Integrante do Movimento Jornalismo e Ciência na Amazônia e colunista do portalamaoznia.com e da Rádio CBN Amazônia/Porto Velho.
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista
