No momento em que a preservação de uma das mais importantes florestas do planeta é debate internacional, o Dia da Amazônia, neste 5 de setembro, se torna ainda mais significativo. Em Manaus, a data marca a realização do 1º Fórum de Cidades Amazônicas, que terá como cenário a beleza arquitetônica do centro histórico, às margens do rio Negro. O evento, que contará com especialistas nacionais e internacionais, além de representantes políticos de diversos estados da Amazônia Legal, será realizado no Complexo Armazém XV, no Porto de Manaus, no Pavilhão Princesa Isabel.
“O mundo sabe a importância de se manter a Amazônia em pé e os malefícios que uma exploração não sustentável pode trazer. Manaus vem para mostrar como é possível uma metrópole existir dentro da maior floresta tropical do mundo e, ainda assim, mantendo a floresta em pé”, disse o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
Com vista para o rio Negro, o Armazém XV é datado da década de 1880, quando Dom Pedro II era o imperador. A obra, em galpão revestida em aço prensado e estrutural, de fundição belga, com trapiche e píer, se destinava na época para armazenar mercadorias de carga geral.
Estarão presentes ao Fórum, promovido pela Prefeitura de Manaus, com apoio da Fundação Konrad Adenauer e ICLEI América do Sul, prefeitos e secretários municipais de cidades dos nove Estados da Amazônia Legal, além de representantes de instituições nacionais e internacionais, para discutirem a elaboração do “Manifesto das Cidades Amazônicas”, antecipando as medidas para a preservação da Amazônia e para o desenvolvimento sustentável que também nortearão a 25ª Conferência Mundial do Clima, a COP 25, em Santiago do Chile, em dezembro deste ano.
Com o tema “Desenvolvimento nas Cidades Amazônicas”, o prefeito fará palestra magna sobre os desafios e perspectivas de boas práticas de uma gestão sustentável. Desde 2016, as ações de arborização na cidade de Manaus conseguiram plantar 34,7 mil mudas de árvores – um recorde para o país – que estão em crescimento, distribuídas em 114 logradouros públicos.
Patrimônio Histórico
De acordo com o presidente do Instituto Amazônia, Paulo Henrique de Castro, o Armazém XV foi construído pelo Conde d’Eu, marido da Princesa Isabel. “O armazém foi construído na República para que se armazenassem as importações e essas pudessem ser conferidas. Hoje, ele faz parte do contexto do porto e do plano diretor para revitalização histórica de forma que seja utilizado como centro cultural”, disse.
O Centro Histórico de Manaus foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2012 e abrange uma área entre a orla do rio Negro e o entorno do Teatro Amazonas, que ainda mantém os aspectos simbólicos e densos de realizações artístico-construtivas.
Já o conjunto arquitetônico do Porto de Manaus foi tombado pelo Iphan em 1997. Apresenta uma fração urbana formada por edificações do período áureo da borracha, mesclada a edifícios modernos e representa um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar no Brasil, quando a exploração do látex proporcionou o incremento da industrialização em escala mundial.