Neste dia do escritor, conheça três autores indígenas da Amazônia que você precisa ler

Data lembra o I Festival do Escritor Brasileiro, organizado na década de 1960 pela União Brasileira de Escritores

Comemorado neste domingo (25), o Dia do Escritor é uma homenagem aqueles que se dedicam às palavras escritas. Sejam nos textos científicos ou fictícios, os escritores precisam ter a grande habilidade de entreter os leitores.

Para isso, é necessário um vasto conhecimento de vocabulários, da gramática e ortografia, além de uma boa dose de criatividade e conhecimentos gerais do mundo. Quando falamos em Amazônia, logo lembramos dos povos tradicionais que tanto contribuíram para a nossa cultura, mas muitas vezes acabam invisibilizados no cotidiano.

Por isso, resolvemos indicar três escritores indígenas que você deveria ler e aumentar seu repertório cultural. Confira:

Daniel Munduruku

Foto: Arquivo pessoal

Nascido em Belém, Daniel tem 56 anos e é escritor, professor e psicólogo. Ele é autor de 52 obras, a maioria lista como literatura infanto-juvenil. Engajado no movimento indígena, ele é diretor-presidente do Instituto Uk’a – Casa dos Saberes Ancestrais e membro da Academia de Letras de Lorena. Por obras como, O Banquete dos Deuses – conversa sobre a origem e a cultura brasileira e Contos Indígenas Brasileiros, Daniel recebeu a Comenda do mérito cultural por duas vezes, além do Prêmio Jabuti, da Academia Brasileira de Letras.

Davi Kopenawa 

Foto: Fiona Watson/Survival

Davi Kopenawa Yanomami é xamã e porta-voz do povo Yanomami, um dos maiores povos indígenas relativamente isolados que vive na floresta Amazônica na fronteira do Brasil com a Venezuela.

Em 2010, Davi publicou sua autobiografia, A Queda do Céu, em colaboração com o antropólogo Bruce Albert. O livro se constitui em parte como uma autobiografia, e em outra parte, como uma crítica do materialismo e do consumo exacerbado do mundo industrializado. 

Davi oferece um retrato rico e detalhado do modo de vida dos Yanomami e descreve sua iniciação como xamã e sua luta para salvar a floresta e os povos indígenas da destruição e ganância dos brancos.

Márcia Kambeba

Foto: Carlos Araújo/Divulgação

Nascida na aldeia Tikuna, em Belém do Solimões, município de Tabatinga, Márcia Wayna Kambeba desenvolve um trabalho autoral lítero-musical onde pelo canto e pela poesia busca informar numa luta descolonizadora e chamando para um olhar crítico-reflexivo sobre os povos indígenas.

Sua poesia mostra semelhanças com a literatura de cordel e reflete a violência contra os povos indígenas e os conflitos trazidos pela vida na cidade. A partir disso, também escreveu seu primeiro livro, “Ay kakyri Tama”, que é também o nome de um dos poemas que o compõe e acabou se tornando música.

O Dia do Escritor

A ideia de homenagear todos os escritores no dia 25 de julho surgiu a partir do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado na década de 1960 pela União Brasileira de Escritores, sob a presidência de João Peregrino Júnior e Jorge Amado, um dos principais nomes da literatura nacional.

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