“Meu rio secou, pra onde vou?”: quatro vezes que a seca castigou a Amazônia

O Portal Amazônia elencou quatro secas que deixaram a Amazônia em uma situação difícil 

“Virou deserto o meu torrão, meu rio secou, pra onde vou?”, esse questionamento é feito em uma das estrofes da canção “Lamento da Raça”, do Bumbá Garantido, que retrata a ação do homem contra a natureza, assim como as consequências desses atos. Então, podemos dizer que tanto a cheia, quanto a seca são influenciadas pela interferência humana, além das mudanças climáticas. 

Nos próximos meses, por exemplo, a população da Amazônia vai enfrentar a estação seca. Por esse motivo, o Portal Amazônia preparou uma lista com as piores secas da região; confira:

Recente

Em setembro de 2021, a cidade de Rio Branco, no Acre, decretou situação de emergência devido à seca. O rio Acre marcou 1,47 metro no dia 13 de setembro. O nível do rio apresentado nesta segunda é o segundo pior dos últimos seis anos, ficando atrás apenas de 2016, que teve cota de 1,37 metro.

Foto: Hugo Costa/Arquivo pessoal

Seca histórica

Em 2010, a Amazônia enfrentou a maior seca da história. Na época, os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informaram que dois fenômenos influenciaram para tal situação. O primeiro foi o El Niño, que é o aquecimento das águas do oceano Pacífico Sul, algo que aumenta as secas no Brasil.

Outro motivo da seca histórica foi o aquecimento das águas do Oceano Atlântico acima da linha do Equador, fazendo a região amazônica ficar ainda mais seca.

No Amazonas, por exemplo, as águas do Rio Negro chegaram ao mínimo de 13,63 m, considerada o menor nível dos últimos anos desde o início da medição. 

Onde está o lago?

Em 2014, os moradores que viviam à beira do rio Macacoari, em Itaubal, foram afetados pela seca de um dos rios da Região dos Lagos. A situação ficou tão complicada que eles criaram um dispositivo para manter a piscicultura local.

Devido a falta de peixes, os ribeirinhos pescavam os peixes e os armazenavam em gaiolas mergulhas em reservatórios de água no objetivo de manter os animais vivos.

De acordo com especialistas, o fenômeno foi provado pela dragagem e abertura de canais da região. 

Foto: Rede Amazônica/Reprodução

Preocupação

Durante o mês de setembro de 2017, os municípios de Marabá e São João do Araguaia, no Pará, alcançaram a marca de três meses sem registros de chuvas. O nível do rio Tocantins chegou a 147cm, algo que não acontecia desde 1970.

A situação ficou tão seria que chamou a atenção de ativistas pelo mundo. Na época, um grupo de ambientalistas de oito países visitaram os municípios para divulgar a campanha “Fórum Bem Viver”. O objetivo foi trazer a pauta do cuidado com o meio ambiente, principalmente em escolas e universidades.  

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