A ave, que chama atenção, está presente em toda a região da Amazônia Legal e Internacional. Os indígenas do Estado de Mato Grosso chamam a espécie de outros nomes como caracaraí, kakazi e canção-de-anta.
O Gavião-de-anta é uma das aves que fazem parte da família dos falconídeos da floresta amazônica. Eles costumam ser encontrados às margens de rios e bordas de matas presentes em toda a região da Amazônia Legal e Internacional, que vai desde Estados como Mato Grosso, Maranhão e Rondônia até países como Guiana, Suriname e Peru.
O falcão (Daptrius ater) que é popularmente chamado de gavião, ganha outros nomes pela região amazônica. Os indígenas do Estado de Mato Grosso, por exemplo, a chamam de caracara-í; os indígenas do Amazonas a chamam de cã-cã. Mas o que atrai atenção e a faz popular mesmo é sua plumagem absolutamente negra.
Na base da cauda existe uma faixa branca e a face, desprovida de penas, possui as cores amarelo ou laranja. O bico é curto e curvado. A medida da ave varia entre 41 e 47 centímetros de comprimento. A fêmea pode pesar entre 350 a 440 gramas, enquanto o macho pesa 330 gramas.
O Gavião-de-anta vive em grupos familiares de três a cinco indivíduos e em fase de reprodução ele constrói um ninho em árvores altas, podendo gerar de dois a três ovos amarelados e manchados de marrom.
A caça é variada: a ave consome carniça, larvas de besouros, sapos, lagartos e até mesmo filhotes de pássaros, pequenos mamíferos e peixes. Também consome frutos, como cocos de buriti e de dendê. Durante as queimadas, as aves se alimentam de animais em fuga, além de tirarem carrapatos de antas e veados.
Origem do nome
As tribos indígenas acreditam que a relação entre a ave e a anta faz parte da cadeia alimentar do Gavião. Segundo as lendas, a anta tinha o hábito de piar assim que ouvia a vocalização do pássaro, e imediatamente a ave se aproximava atendendo ao chamado da anta, na intenção de se alimentar dos carrapatos que a incomodavam.
Caso inusitado
Um caso curioso foi registrado em Porto Velho (RO), em outubro deste ano. Durante uma manhã de pesca esportiva, o pescador João Cordeiro flagrou o falcão fisgando iscas em formato de peixe, que ele usava para a prática de pescaria. Ao chegar perto, o pescador conta que a ave não estava disposta a largar a isca, mas com seu treinamento específico, conseguiu desvincular a ave com segurança.
De acordo com informações do g1 Rondônia, após ter acesso ao registro feito pelo pescador, o especialista em aves de rapina Thiago Baldine, explicou que o gavião-de-anta estava mais interessado no peixe – formato da isca usada – do que com medo do pescador.
“Para o animal, o pescador não oferecia risco. Ele estava com a vontade de caçar, essa vontade prevaleceu ao medo que poderia ter do pescador. Na hora que ele pegou o peixe, ele tem a reação de ameaçar o pescador. Na ânsia da caça, ele não percebe que a linha foi cortada. Para o gavião, o peixe ainda está com a pata, que fica fechada. É um reflexo”, analisou.
Confira o momento: