Esperança, o inseto que supostamente pode mudar destinos

As esperanças são insetos que pertencem a Ordem Orthoptera, que também abrange os gafanhotos, grilos e paquinhas. Estima-se que no mundo existam  aproximadamente 8  mil espécies.

Você acredita que um pequenino inseto pode mudar um destino? Há quem diga que sim. É o caso da Esperança, um inseto que parece uma folha e é considerado comum na AmazôniaEles recebem esse nome porque os povos mais antigos os associavam a presságios bons e ruins, dependendo da interpretação.

Caso a pessoa encontre uma Esperança em sua caminhada, está com sorte. Se o inseto acabar pousando em alguma pessoa, pode ficar tranquilo, pois significa uma vida longa. E se ele entrar em sua residência por livre e espontânea vontade, prepare-se, pois virá fartura e prosperidade para sua vida.

Entretanto, nem sempre dar de cara com a Esperança é sinal de algo positivo. Na crença antiga, caso encontre uma delas morta, você terá azar. 

O Portal Amazônia conversou com o engenheiro agrônomo do Museu da Amazônia (MUSA), Mario Rocha, para saber mais curiosidades sobre esse inseto curioso.

Foto: Mario Rocha / MUSA

As Esperanças são insetos que pertencem a ordem Orthoptera, que também abrange os gafanhotos, grilos e paquinhas. No mundo são conhecidas aproximadamente 8 mil espécies. No Brasil, 600.

“Algumas curiosidades são a forma de estridular (emitir som). Ocorre através da fricção das asas, que estão próximas a uma estrutura corporal para amplificar o som. Geralmente (a grande maioria), os machos estridulam e as fêmeas fonotaxiam (se aproximam ou se afastam do som)”,

 conta Mario.

Uma das principais características das Esperanças são as antenas mais compridas que o corpo e se assemelham a um gafanhoto ou uma folha, pois algumas esperanças também são chamadas de bicho-folha.

Mesmo com tamanho relativamente médio, de 1-6 centímetros, elas possuem grande capacidade de mimetismo, ou seja, de se assemelhar com outros seres, e de camuflagem (capacidade de se assemelhar com o ambiente). De acordo com o especialista, somente algumas poucas espécies possuem importância econômica, sendo pragas de banana e dendê.

Esses insetos vivem cerca de nove meses. Passam a fase de ovo durante o inverno, nascem na primavera, reproduzem-se no verão e colocam os ovos no outono, continuando o ciclo.

Foto: Vanessa Gama/MUSA

Esperança na Amazônia

Em setembro de 2020, uma nova descoberta foi realizada pelo biólogo Gustavo Costa Tavares, pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (IFPA). Ele acabou descrevendo um novo gênero e espécie de Esperança da tribo Agraeciini

Batizada de Wuyjugu pizai, é a 23ª espécie de Agraeciini registrada no Brasil. O artigo foi publicado na revista científica Zootaxa.

Foto: Reprodução / Gustavo Tavares

O nome genérico da espécie é uma homenagem à tribo indígena conhecida no Brasil como povo Munduruku, autodenominado “Wuy jugu”. Essa tribo dominava a região do Vale do Tapajós, no Estado do Pará, local onde os espécimes tipo foram coletados. 

Já o nome específico é uma homenagem ao entomólogo brasileiro Salvador Toledo Piza Jr., pesquisador que descreveu inúmeras espécies de esperanças do Brasil.

A fêmea da nova espécie de esperança carrega um ovipositor muito longo e reto, enquanto o macho possui um complexo fálico completamente membranoso, características não vistas em nenhum dos gêneros Agraeciini da América do Sul, que conta com 52 espécies registradas.

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