Apesar de todos vestirem a camisa do Brasil, apenas 13 dos mais de 300 atletas da delegação brasileira representam os estados da Amazônia Legal
Quem tem madrugado ou acordado cedo para acompanhar os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, já deve ter acostumado com a diversidade de atletas representando o Brasil nas competições. Mas você já parou para pensar na distribuição geográfica desses atletas?
Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a delegação brasileira conta com 302 atletas de todas as regiões do país. Ao todo, serão 177 novatos e 125 veteranos disputando medalhas em 35 modalidades.
Apesar de todos vestirem a camisa do Brasil, quando a gente lista os atletas percebemos que 13 deles estão representando os estados da Amazônia Legal. Isso representa apenas 4,3% de toda delegação nacional.
Atletismo
Modalidade com maior representatividade na delegação, o Atletismo é responsável por três atletas da Amazônia nos jogos de Tóquio. São eles: Almir Junior, Lucas Mazzo e Pedro Burmann.
Natural de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, Almir Cunha dos Santos tem 27 anos e já é vice-campeão mundial indoor no salto triplo. Meses depois, na França, registrou a melhor marca pessoal: 17,53 metros.
De Belém do Pará, Lucas Gomes de Souza Mazzo e um jovem atleta na marcha atlética nacional, com apenas 27 anos. Em 2019, conquistou o vice-campeonato brasileiro na modalidade.
Outro mato-grossense a embarcar para o Japão, Pedro Luiz Burmann de Oliveira é campeão sul-americano no revezamento 4×400 m misto. Em Tóquio, ele participa da estreia do 4x400m misto no programa olímpico.
Canoagem
Vagner Souta é o representante do município mato-grossense de Guarantã do Norte nas Olimpíadas. Com uma medalha de prata e dois bronzes em Jogos Pan-americanos, o atleta teve a oportunidade de realizar alguns intercâmbios na Espanha, tendo participado inclusive da Missão Europa em 2020.
Futebol
A cuiabana Bruna Beatriz Benites Soares é mais uma atleta que vai jogar pela seleção brasileira de Futebol feminino nestas Olimpíadas. A zagueira jogava bola para continuar recebendo a bolsa de estudos na faculdade. Foi só em 2011, já formada, que ela investiu de vez no esporte. De lá pra cá, já esteve nas equipes que conquistaram o bronze nos Jogos Sul-americanos de 2014 e o campeonato da Copa América no mesmo ano.
Handebol
A maranhense Ana Paula Rodrigues Belo é a armadora central da seleção de Handebol. Na bagagem, Ana leva o ouro nos Pan-americanos de Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019, além do ouro nos Sul-americanos Santiago 2014 e o campeonato mundial de 2013.
Na seleção masculina, o pivô Rogério Moraes Ferreira é o representante de Abaetetuba, no Pará. Rogerião, como é conhecido, está na história do handebol nacional por ser o primeiro brasileiro campeão da Liga dos Campeões, em 2017. Mas ele não parou por aí e, dois anos mais tarde, conquistou o bicampeonato.
Hipismo
Mais um maranhense a disputar os jogos de Tóquio é o militar Marlon Modolo Zanotelli. Natural de Imperatriz, Zanotelli vive o melhor momento de sua carreira. Em junho deste ano, o cavaleiro, que já havia conquistado dois ouros nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, entrou no Top 10 do ranking mundial da modalidade.
Natação
O cuiabano Felipe Ferreira Lima, de 36 anos, é um nadador experiente. Em sua terceira olimpíada, o atleta busca a inédita medalha olímpica apesar de acumular duas medalhas de ouro em jogos Pan-Americanos. Também conquistou o terceiro lugar no campeonato mundial de 2013, na modalidade 100 metros peito, e o vice-campeonato em 2019, na modalidade 50 metros peito.
Já Luiz Altamir Lopes Melo, nascido em Boa Vista, é filho de professora de natação e já foi para a piscina com menos de um ano de idade. Competindo desde os 10, o atleta leva na bagagem o ouro nos jogos Pan-americanos Toronto 2015 e Lima 2019, na modalidade 4×200 metros livre, a medalha de prata nos Pan-americanos Lima 2019, modalidade 4x100m medley, e o bronze nos Pan-americanos Lima 2019, nos 400 metros livre.
Rugby
Diretamente de São Luís, as irmãs gêmeas Thalia da Silva Costa e Thalita da Silva Costa tiveram uma ascensão meteórica no esporte. Thalia foi eleita a jogadora mais rápida do Circuito Mundial em 2020 e é conhecida na seleção pelo apelido “Mulan”. Já Thalita foi convocada pela primeira vez para a seleção brasileira no início de 2019 e não saiu mais de lá.
Skate
A caçula da delegação brasileira é a maranhense Jhulia Rayssa Mendes Leal, de apenas 13 anos. Natural de Imperatriz, Rayssa ficou famosa na internet ao publicar um vídeo realizando manobras de skate fantasiada de Sininho, personagem de Peter Pan. As imagens viralizaram, e a adolescente passou a ser chamada de Fadinha. Apesar da pouca idade, a atleta já garantiu o vice-campeonato mundial em 2019 e o terceiro lugar no Mundial de 2021. Em Tóquio, a Fadinha garantiu a medalha de prata na modalidade street feminino.