As buscas pelo avião que desapareceu no Amapá, no último domingo (2), completam cinco dias, nesta sexta-feira (7). Uma associação indígena confirmou, na quinta-feira (6), que dentro da aeronave estava uma família da etnia Tiryó, com três crianças, além de outros dois índios Akurió.
No domingo, cerca de 25 minutos após sair da aldeia Matauaré, nas terras indígenas ‘Parque do Tumucumaque’, o piloto Gesiel Barbosa de Moura, que tem mais de 30 anos de experiência, avisou a outro piloto da mesma empresa de táxi aéreo que precisaria fazer um pouso de emergência.
A aeronave tinha como destino Laranjal do Jari. Pelos registros da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião tinha capacidade para seis passageiros. Porém, a Organização de Povos Indígenas do Amapá e norte do Pará informou que ela estava com sete pessoas a bordo.
Era uma família, com pai, mãe e três filhos, dois deles de 4 anos e um de 2 anos, que tinham ido até lá para resolver assuntos bancários e fazer compras para a aldeia. Além deles, também estava uma idosa aposentada e o genro dela, que tinham ido resolver problemas no INSS.
Alto custo
Os voos da aldeia Matawaré e Laranjal do Jari, ida e volta, chegam a custar R$ 7 mil. Os passageiros precisam, após o voo, fazer uma viagem de carro até Macapá. Conforme Waiana, os índios costumam economizar durante meses para fretar a aeronave.
Ele diz que nenhum dos passageiros costuma pagar à vista pelo frete do avião. “Esses voos particulares só são fretados por professores indígenas, agentes de saúde e aposentados. Então, essas pessoas vem receber seus proventos, receber os recursos, e aí paga metade do valor do avião e depois parcela o restante”, contou.
A associação afirma que luta há quase 20 anos pela regularização das pistas da terra indígena Parque do Tumucumaque. “Tendo essa homologação, tudo registrado, acho que a gente poderia ter mapeado tranquilamente nossos parentes que estão perdidos. Isso causa muitos problemas, eu não sei como vai ser daqui em diante, a vida do povo daquela região, porque a gente sofreu com esse problema”, lamentou.
Para o projeto Amazônia 2030, a madeira quando produzida de forma responsável desponta como alternativa para atender às demandas de construção civil e outros mercados globais.