Arara e Capivara se tornam melhores amigas em bosque de Roraima

Capivara tem fama de ser um dos bichos mais tranquilos do reino animal; a arara, é considerada fiel.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

Uma verdadeira amizade pode vir de qualquer lugar, às vezes, de forma inesperada. É o caso de uma capivara e uma arara que vivem no Bosque dos Papagaios, em Boa Vista. Inseparáveis, elas convivem em harmonia há quatro anos, em plena parceria e união.

E, são mais que amigas: como a arara é cega e não consegue voar, a capivara virou sua guia dentro do Bosque. Onde uma está, a outra também está. E, como toda boa relação de amizade, dividem até a comida.

O Bosque de Papagaios é lar de centenas de plantas e mais de 50 animais resgatados com sequelas de maus-tratos, entre araras, papagaios, tucanos e mamíferos. A arara e a capivara são dois desses animais resgatados.

A arara chegou no bosque há seis anos, bastante debilitada. Dois anos depois, chegou a capivara. Ainda filhote, ela se tornou a melhor amiga da ave.

No reino animal, a capivara é considerada uma das melhores espécies para conviver com outros bichos pelo estilo “sempre de bem com a vida”. Já a arara é o “símbolo da fidelidade” — para a educadora ambiental do Bosque, Lucimar Carvalho, essa característica da arara impulsionou a amizade.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

 Lucimar acredita que a amizade entre as duas surgiu por conta disso: as aves do tipo psitacídeos, como araras e papagaios, são fiéis a um parceiro, e como a arara já não consegue mais voar, a maneira dela seguir em frente foi encontrar um parceiro que também não voa.

“A capivara chegou muito pequena e ficou andando pelo chão. Como a arara não voa, ela viu que tinha outro animal ali e elas se juntaram no chão mesmo. Aqui, os papagaios e as araras estão sempre em duplas, e a dupla dessa arara é a capivara. Elas são amigas, tão ali uma cuidando da outra. A questão mesmo é a fidelidade das araras e a capivara foi escolhida”, explicou.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

Lucimar afirma que, mesmo com outras araras, um dos motivos para a capivara ter sido “eleita” pela amiga foi o fato da ave não se identificar com as outras espécie, tendo em vista que está sempre no chão.

“O fato dela não voar contribuiu para essa relação. De repente ela não se identificou com nenhuma outra arara do mantenedor, e se identificou com um mamífero terrestre”.


No dia a dia, a relação das duas por entre o verde do bosque é de harmonia, o que chama a atenção até dos servidores do local.

“Elas vivem por aí, sempre com uma andando atrás da outra, comem juntas, elas dividem comida. É curioso, pois os animais geralmente são ferozes com relação aos alimentos, mas elas convivem pacificamente”, conta Lucimar.

Foto: Caíque Rodrigues/G1 RR

  Educação ambiental

Os animais que vivem no Bosque, que é um lugar de preservação ambiental, chegam lá muitas vezes feridos e precisando de algum atendimento veterinário. No espaço, eles recebem tratamento adequado e servem para educação ambiental de pessoas que visitam o local.

“A gente aqui no bosque trabalha para educar as pessoas sobre os cuidados com a natureza e com os animais. Muitos desses animais são criados em ambientes pequenos, amarrados, tem uns que quebram os ossos e nunca mais conseguem voar novamente. Então, eles são demonstrações da nossa fauna e também uma amostra da crueldade que esses animais sofreram”.

O Bosque dos Papagaios é um espaço de responsabilidade da prefeitura. Lá, os visitantes podem passear por entre as árvores, ver papagaios e, é claro, a amizade entre a arara e a capivara.

 Funcionamento do Bosque

O Bosque fica localizado na rua Moisés de Souza Cruz, Paraviana, zona Leste de Boa Vista, e voltou a funcionar no dia 9 de setembro. No entanto, há restrições de proteção à Covid.

O espaço funciona de segunda-feira à domingo, e fecha aos feriados. Confira os horários:

  • De segunda à sexta-feira: 08h às 12h, e 14h às18h
  • Sábado e domingo: 14h às 18h

Para visitar, é necessário usar máscara de proteção facial. Além disso, no local há totens com álcool gel para que os visitantes higienizem as mãos. Não é permitido visita em grupos grandes, como excursões escolares. 

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