“Até o final de 2018, os registros aumentarão significativamente, atingindo algumas centenas de milhares de focos – e isso considerando apenas os dados de um único satélite, o AQUA, tido como “referência””, afirmou o pesquisador Alberto Setzer, coordenador do programa Queimadas – Monitoramento por Satélites.
O programa Queimadas surgiu em 1998, ampliando o monitoramento da Amazônia brasileira, que o Inpe havia começado dez anos antes. Com ele, os cientistas passaram a identificar também ações de queima na floresta e incêndios em qualquer parte do país. Satélites mais precisos e acesso a dados em tempo real vem aprimorando o programa.
Segundo Setzer, o monitoramento de queimadas por imagens de satélites é indispensável em um país como o Brasil, com dimensões continentais e muitas regiões remotas. Com isso, as informações são atualizadas a cada três horas, diariamente. No total, são processadas cerca de 250 imagens por dia, produzidas por dez satélites diferentes.
O programa consolida todas as informações em um relatório diário automático, com tabelas e gráficos que permitem o uso inteligente das informações para trabalhos de combate aos incêndios, especialmente por grupos de brigadas de bombeiros e por secretarias de meio ambiente.
Com o Projeto Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia (MSA), criado em 2014, financiado pelo Fundo Amazônia e executado pelo Inpe em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foram incluídos novos satélites para o monitoramento de focos de queimadas e incêndios florestais na Amazônia, Cerrado e países vizinhos.
“O refinamento desse monitoramento de queimadas na Amazônia foi feito com a inclusão de novos satélites no sistema. Para tanto foram adquiridas e instaladas quatro novas estações para rastreio, recepção e processamento dos sinais e dados e um par de antenas em Cuiabá (MT) e outro par em Cachoeira Paulista (SP)”, ressalta Setzer.