O Portal Amazônia explica como acontece o processo de formação de cavidades nas rochas que se transformaram em atrações turísticas ao longo do curso do Rio Tapajós no Pará.
O Rio Tapajós nasce no Estado do Mato Grosso, banha parte do Pará e deságua no Rio Amazonas, ainda no Pará, em frente à cidade de Santarém. Ao longo da margem do Rio Tapajós, na comunidade de Vila Braga, em Itaituba (PA), é possível encontrar paredões rochosos de arenito formando cavernas, esculturas e cavidades, que acabaram se transformando em um cenário que faz parte das atrações turísticas.
É um exemplo real do ditado popular “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Porém, só é possível ver no período de baixa do rio, no verão amazônico.
Vila Braga é uma comunidade ribeirinha e está localizada nas proximidades do Parque Nacional da Amazônia. O acesso se dá por meio de transportes fluviais e no local é possível praticar pesca esportiva, passeios de barco e, claro, a observação das cavidades que se formam às margens do rio Tapajós.
Mas como se formam essas cavernas?
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e o Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas (estudo das cavernas), essas cavernas se formam principalmente por dissolução das rochas. Por isso, são muito mais comuns em zonas de rochas carbonáticas, como mármores e calcários.
Embora a calcita, mineral que forma os calcários e mármores, seja um carbonato de cálcio pouco solúvel em água, se essa água absorver pequenas quantidades de dióxido de carbono formará ácido carbônico. Esse ácido é fraco, mas basta uma pequena quantidade dele para que a água dissolva facilmente o carbonato de cálcio.
Forma-se, assim, carbonato ácido de cálcio (mais conhecido como bicarbonato de cálcio), que é solúvel e vai embora com a água. Por isso, normalmente, o calcário é uma rocha com abundantes “fraturas”. À medida que a água dissolve a rocha, vai alargando essas aberturas e, com isso, mais água pode ali penetrar, de modo que o processo tende a se acelerar cada vez mais.