O cientista politico Helso Ribeiro respondeu 4 perguntas sobre a relação do brasileiro com voto e suas implicações.
Pontuar o problema e a solução do voto no Brasil, país desigual e extenso, não é tarefa fácil. O portal Amazonia, pensando nisso, conversou com o cientista politico Helso Ribeiro, que respondeu 4 perguntas sobre a relação do brasileiro com voto e suas implicações.
Portal Amazonia: atualmente, qual a relação do brasileiro com o voto?
Helso Ribeiro: Eu diria que essa relação vem sendo aperfeiçoada de acordo com a evolução do nosso processo civilizatório. Se a gente observar, o século 20 serviu para o aprimoramento dessa relação. Em 1934 as mulheres começaram a votar, a partir da proclamação da republica, a partir de então tem mudado cada vez mais.
Helso Ribeiro: o voto é obrigatório porque a constituição diz que somos obrigados a votar. O voto é facultativo para quem tem entre 16, 17 e acima de 70 anos. Dito isso, a gente pode entender que não é um direito, mas um dever. Houve tentativas de tornar o voto facultativo, mas aí vai cair em outro ponto, que seria o aumento no número de abstenção. Agora, a universalidade precisa ser interpretada, até porque, quando falamos em ‘voto universal’ deveria ser para todos, mas, por exemplo, o adolescente de 15 anos ou o estrangeiro não podem votar. Porém, os projetos de lei e outras situações políticas vão impactar na vida dessas pessoas, então não existe uma representação completa, em tese.
Portal Amazonia: Em 2018 nós tivemos grande número de abstenção, voto nulo e branco. O que esperar para as eleições deste ano?
Helso Ribeiro: nas eleições nacionais, a taxa de abstenção é um pouco maior. O abstencionismo é um fenômeno estudado pela ciência politica no mundo e é crescente, inclusive, em países com larga historia democrática. Já ocorreram eleições na Suécia e Portugal onde a taxa de abstenção chegou a 60%. Isso as vezes reflete no desgosto da população com a política. E a forma atual de se fazer política atrapalha um pouco porque os políticos prometem mas não cumprem no decorrer do mandato e isso gera um desgaste. Agora, quando você traz para as eleições municipais o cenário muda porque o candidato é da comunidade, um amigo, um vizinho. Portanto, as eleições municipais acabam aproximando mais o eleitor do candidato e a taxa de abstenção tende a diminuir
Portal Amazonia: A solução do voto está em boas escolhas. Quais dicas você dá para escolha de um bom candidato?
Helso Ribeiro: quanto mais você pesquisar pra saber o que o candidato estudou, o que ela fez, qual o projeto e se esse projeto está em consonância com o partido politico no qual o candidato faz parte. Um exemplo, o candidato defende a legalização do aborto mas o parido dele é anti-aborto, então existe uma contradição. Para escolher bem o candidato, é preciso saber em qual partido o candidato está filiado, observar se o discurso do candidato segue a mesma linha do partido politico, dentre outros.
com informações de klauson Dutra, da CBN Amazônia Manaus