Peru promove ‘promessa para a natureza e o bem-estar para a ação climática’

Declaração foi assinada durante evento paralelo “Áreas protegidas e povos indígenas”, organizado pela Sernanp na COP 28.

O Peru promoveu a assinatura da declaração ‘Uma promessa para a natureza e o bem-estar para a ação climática’ durante a 28ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A declaração foi promovida pelo Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Sernanp) com o objetivo de reforçar as ações desenvolvidas na região para garantir a conservação das áreas naturais protegidas.

O documento foi assinado por organizações indígenas da região no âmbito do evento paralelo denominado ‘Áreas Protegidas e Povos Indígenas’, organizado pela Sernanp e pela Associação Nacional de Executores de Contratos de Administração das Reservas Comunais do Peru (Anecap), no Pavilhão peruano na COP 28.

Sernanp promoveu a assinatura da declaração ‘Uma promessa para a natureza e o bem-estar para a ação climática’, para reforçar as ações de conservação em áreas naturais protegidas. Foto: Reprodução/Agência Andina

Como parte dos acordos, destaca-se garantir a participação dos povos indígenas nos espaços de tomada de decisão relacionados à conservação, promovendo a organização das comunidades para aproveitar as oportunidades derivadas do desenvolvimento sustentável e a implementação de propostas de ação climática dos povos indígenas, como como RIA.-REDD+ Indígenas Amazônicos.

Da mesma forma, serão promovidas áreas naturais protegidas e a conservação como parte das estratégias de governança territorial indígena na região, de acordo com as expectativas de bem-estar e proteção do território dos povos indígenas; além de conscientizar a população sobre o risco das atividades ilícitas, do desmatamento e da degradação dos ecossistemas amazônicos.

A Sernanp, como entidade estatal responsável pela conservação das áreas protegidas no Peru, expressou seu compromisso em promover o envolvimento contínuo das populações indígenas no desenvolvimento de políticas, estratégias e projetos de conservação, com foco no respeito aos direitos e à autoestima dos povos indígenas.

Entre outros compromissos institucionais, destaca-se a promoção de programas e projetos relacionados ao desenvolvimento dos povos indígenas e seus direitos coletivos, promovendo a articulação de mecanismos de proteção em favor dos defensores ambientais e dos defensores dos direitos indígenas que protegem não apenas os territórios comunais, mas também áreas protegidas; bem como promover a articulação das atividades económicas sustentáveis das comunidades com o comércio justo e a comercialização dos seus produtos para mercados especiais.

A Sernanp especificou que estes compromissos se baseiam nos eixos da AIR, que são: vigilância comunitária, economia indígena, governança/sustentabilidade financeira e resgate do conhecimento ancestral dos povos indígenas com abordagens transversais de gênero e defesa dos direitos e proteção dos defensores ambientais.

Evento paralelo 

Afirmou que esta declaração foi fruto do evento paralelo denominado ‘Áreas protegidas e povos indígenas’, organizado pela Sernanp e Anecap, no qual foram dadas a conhecer as experiências de conservação e cogestão com populações indígenas no domínio das áreas protegidas.

O concurso contou com a presença de José Carlos Nieto, titular da Sernanp; Fermín Chimatani, presidente da Anecap; Luis Canelos Vargas, presidente da Nacionalidade Kichwa de Pastaza PAKKIRU, Confederação das Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana; e Kelly Patiachi Visse, da ECA Amarakaeri-Peru. 
Também contou com a moderação do reconhecido líder indígena panamenho, diretor da Fundação para a Promoção do Conhecimento Indígena e representante indígena da América Latina e do Caribe na Plataforma de Comunidades Locais e Povos Indígenas (CLPI) para Intercâmbio de Conhecimento sobre Mudanças Climáticas e do líder equatoriano Juan Carlos Jintach, secretário executivo da Aliança Global de Comunidades Territoriais que também foi indicado neste 2023 como candidato ao Prêmio Nobel da Paz.
O evento destacou a importância de promover a participação efetiva dos povos indígenas nas estratégias de conservação e desenvolvimento de áreas naturais protegidas não só no Peru, mas também na região e promover espaços de diálogo e participação dessas comunidades para reforçar a gestão eficaz e inclusiva, implementar ações contra as mudanças climáticas com foco no desenvolvimento e na vida plena dessas pessoas.
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