Nova espécie de Anaconda é encontrada na Amazônia equatoriana

A espécie pode chegar a medir oito metros de comprimento e ter um peso de 200 quilos. Expedição contou com a presença do ator hollywoodiano Will Smith.

Ela é citada em lendas, retratada como um monstro em uma sequência de filmes famosos em Hollywood e é personagem de muitas histórias de quem vive na Amazônia: estamos falando da Anaconda, nome pelo qual é conhecida a maior espécie de cobra do Brasil.

A anaconda verde (Eunectes murinus), também denominada sucuri-verde, é famosa no mundo inteiro por ser uma espécie de cobra muito grande, pesada e forte.

Até recentemente, o maior exemplar já registrado tinha sete metros de comprimento, apesar de relatos que dizem que o animal pode chegar a muito mais.

Durante uma expedição pela Amazônia equatoriana, realizada em 2022, uma equipe de cientistas se surpreendeu ao encontrar uma nova espécie: a anaconda verde do norte (Eunectes akayima). Essa espécie pode chegar a incríveis oito metros de comprimento e ter um peso de 200 quilos.

Colagem: Bryan Fry e Divulgação

Expedição com… Will Smith? 

Tudo começou quando uma equipe de pesquisadores da Universidade de Queensland, da Austrália, recebeu um convite do povo indígena Waorani para observação de anacondas no Equador. A expedição durou 10 dias e ocorreu em 2022.

Curiosamente, a equipe contava também com a presença do ator mundialmente famoso Will Smith (‘Homens de preto’, ‘Um maluco no pedaço’), que estava participando de gravações para uma série documental da National Geographic intitulada ‘Pole to Pole with Will Smith’ (‘Polo à Polo com Will Smith’, em tradução livre).

Durante o período, foi encontrada uma fêmea de 6,3 metros de comprimento da espécie que, até então, não havia sido descrita: a anaconda-verde do norte.

Apesar da descoberta na época, a cobra só foi descrita em artigo científico publicado no dia 16 de fevereiro de 2024, no periódico Diversity. Acesse o artigo ‘Disentangling the Anacondas: Revealing a New Green Species and Rethinking Yellows‘ completo AQUI (em inglês).

Diferenças genéticas

Mesmo sendo do mesmo gênero, as duas espécies, Eunectes murinus e Eunectes akayima possuem diferenças significativas. O artigo, que possui mais de dez autores, aponta que a diferença genética entre elas é “bastante significativa”, de 5,5%.

Para fins de comparação, os humanos diferem dos chimpanzés por aproximadamente 2%.

Distribuição geográfica

As diferenças não se limitam na genética, mas também no bioma. Enquanto a espécie que já era descrita, a anaconda verde – que agora é chamada anaconda verde do sul – ocorre na Bolívia, Brasil, Peru e Guiana Francesa, a nova espécie tem ocorrências principalmente na Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e ainda em Trindade e Tobago.

“Além de seu significado acadêmico, este estudo tem implicações vitais para a conservação dessas espécies icônicas de répteis, destacando nossa falta de conhecimento sobre a diversidade da fauna sul-americana e a necessidade de estratégias revisadas para conservar as espécies recentemente identificadas e reclassificadas”, apontam os pesquisadores, que enfatizam a necessidade de mais estudos.

Além disso, no artigo também é abordado o entendimento sobre as espécies de Anaconda amarela “ao propor a unificação de Eunectes deschauenseei e Eunectes beniensis em uma única espécie com Eunectes notaeus”. 

Imagem: Reprodução/Artigo: ‘Disentangling the Anacondas: Revealing a New Green Species and Rethinking Yellows’

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