Loreto: o incrível reino das onças que protege parque nacional no Peru

Em agosto e setembro de 2023, na bacia do rio Yaguas, ocorreram oito encontros com otorongos, como é chamada a onça-pintada (Panthera onca)

A presença de onças-pintadas (Panthera onca) no Parque Nacional Yaguas (PNYAG), localizado na região de Loreto, na fronteira entre o Peru e a Colômbia, é um indicador do estado de conservação do local que comemora seu sexto aniversário, informou hoje o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (Sernanp), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.

Com base na categorização da área natural protegida, foram registrados 21 encontros casuais com onças – ou otorongos, como são chamadas no Peru – durante atividades de patrulhamento e transferência para a bacia do rio Yaguas . Destes, dez eram onças pretas.

“O que surpreende é a observação frequente desta espécie por parte dos nossos especialistas e guardas florestais, o que reflete o bom estado de conservação que a área apresenta”,

disse Teófilo Torres, chefe do Parque Nacional Yaguas.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Também foi detalhado um inventário biológico recente que permitiu a amostragem de 4.500 exemplares de peixes e mais de 1.000 tecidos de DNA para atualizar a diversidade de espécies de água doce.

Participaram deste estudo pesquisadores do Field Museum, do Museu de História Nacional da Universidade Nacional de San Marcos, da Sociedade Zoológica de Frankfurt e de especialistas e guardas florestais do PNYAG.

Segundo Teófilo Torres, desde a criação do PNYAG tem sido evidente a maior diversidade de espécies da fauna, principalmente as de maior porte como as onças-pintadas (incluindo as pretas), o gavião-real, manadas de queixadas, macacos-lanudos, peixes-boi, búfalos, lobos, entre outros.

Registro da onça preta. Foto: Reprodução/Agência Andina

O Parque Nacional Yaguas é o último parque estabelecido no Peru e ocorreu em 2018. Este espaço não só conserva a biodiversidade, mas também permite a convivência com comunidades nativas fora do parque. Assim, desde seu estabelecimento, não há presença de dragas ou madeireiros ilegais dentro deste espaço.

Monitoramento de paiche (pirarucu) e arahuana (aruanã)

Da mesma forma, em outubro de 2023, foi realizado o monitoramento de arahuana (aruanã) e paiche (pirarucu) em seis lagos dentro do parque, no setor de controle denominado ‘Hipona’, paralelo ao rio Yaguas. 

Os resultados mostram a recuperação de um dos maiores peixes de água doce do mundo com o registro da amostra de 119 pirarucus nos lagos avaliados, dos quais 88 eram adultos reprodutivos com cerca de 2 metros de comprimento e 31 indivíduos juvenis com menos de 1,6 metros. longo. No caso das aruanãs foram registrados 44 indivíduos , dos quais 30 eram adultos reprodutivos com cerca de 1 metro e 14 juvenis com menos de 60 cm.

Participaram desta avaliação pessoal especializado e guardas florestais do PNYAG, da Associação de Pescadores Artesanais (APPA) Los Bufeos del Yaguas da comunidade indígena Álamo e da Associação de Pescadores Artesanais (APPA) Los Crocodiles da comunidade indígena Três Esquinas.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Projeto de cosméticos sustentáveis assegura renda de comunidades na Amazônia

O Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia é uma parceria público-privada que congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica.

Leia também

Publicidade