Autoridades brasileiras e peruanas discutem estratégias após contaminação de indígenas por covid-19

Em Santa Rosa do Purus, trânsito de indígenas peruanos e brasileiros pelo rio para as aldeias da região preocupa autoridades sanitárias de ambos os países.

Técnicos do Centro de Operações Emergenciais da Covid-19, comitê da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) criado para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, estiveram em videoconferência com autoridades peruanas, na tarde desta quarta-feira, 27, para a troca de informações do Acre com os municípios na fronteira com o Peru.
Indígenas em rituais em aldeia na fronteira com o Peru; população na região é motivo de preocupação de autoridades do Brasil e do Peru. (Foto:Odair Leal/Secom-AC)

Em Assis Brasil, na fronteira com a cidade peruana de Iãnapary, 19 acreanos estão contaminados e já foi registrado um óbito. Ali, como toda a fronteira do Brasil com o Peru, a ponte que une os dois países está fechada.

A estratégia de comunicação entre autoridades brasileiras e peruanas acontece num momento em que a Saúde do município de Santa Rosa do Purus, o segundo município na fronteira com o Peru, confirma oito casos de contaminação por coronavírus, dos quais sete são de indígenas que têm laços familiares com consanguíneos peruanos.

Embora a Saúde Indígena seja uma atribuição dos distritos sanitários vinculados ao Ministério da Saúde, o estado fornece todos os insumos para a proteção de seus profissionais de saúde nesses municípios, além de curva da contaminação e fornecer testes para as suas populações.

Santa Rosa do Purus está a uma hora de barco do vilarejo peruano de Puerto Esperanza, de subida pelo rio Purus. Na região, onde habitam indígenas das etnias jaminauás, culinas e caxinauás, a circulação da população de indígenas do Peru para o Brasil, e vice-versa, é frequente, já que essas pessoas se consideram parentes e têm os mesmos troncos linguísticos, independentemente de suas terras estarem localizadas em território peruano ou brasileiro.

Povos indígenas na região da fronteira com o Peru; risco de disseminação de Covid-19 nas aldeias foi um dos assuntos debatidos em videoconferência entre autoridades dos dois país. (Foto:Odair Leal/Secom-AC)

Essa condição requer uma atenção especial das autoridades de ambos as repúblicas no sentido de conter o avanço da pandemia dentro das aldeias indígenas nos dois países.

“Tivemos a oportunidade de trocar informações sobre o tratamento preventivo primário, o uso de medicamentos e a atualização das informações epidemiológicas nos municípios fronteiriços. Nossas ações hoje com os países vizinhos vão além das questões comerciais. Nesse momento de pandemia é super importante haver um diálogo constante com os Estados que fazem fronteira com nosso Acre, seguindo sempre as orientações de saúde do Governo do Estado”, explica Francimar Cavalcante, coordenador do Grupo Técnico de Integração Acre-Ucayali. O GTI Acre-Ucayali funciona dentro do Gabinete do Vice-Governador, Major Rocha.

Para o governador regional do estado peruano de Ucayali, Francisco Pezo, o Acre demonstra que está encarando os desafios da pandemia com muita seriedade e comprometimento com a sua população. “Da nossa parte, temos muito que absorver das práticas do nosso governo amigo do Acre. A nossa esperança é que o avanço da doença em nossa população indígena seja a menor possível”, ressalta Pezo.

Autoridades em Saúde do Acre e do estado peruano do Ucayali em videoconferência. (Foto:Reprodução)

Participaram também Marília Carvalho, assessora do COE-Sesacre, Marcos Malveira, técnico-epidemiologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Sescre, além dos médicos Angel Gutierrez Rodriguez, vice-governador de Ucayali e presidente do Comando Médico Covid do referido estado peruano e Willy Lora, diretor regional de Saúde de Ucayali.

Também se fizeram presentes Vicente Nuñez Ramirez, secretário de Integração do Grupo Técnico Acre-Ucayali e Rafael de Los Rios Dantas, coordenador da Secretaria de Integração Acre-Ucayali.

Veja outras fotos dos indígenas da região:

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

(Foto: Odair Leal/Secom-AC)

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Documentário ‘Manaus Extrema’ mostra detalhes sobre a seca do Rio Negro em 2023

Com um registro histórico das cenas da seca e da fumaça em pontos estratégicos da cidade, o documentário apresenta relatos de uma população afetada pelos efeitos das mudanças climáticas na região.

Leia também

Publicidade