Artistas peruanos expõem obras em defesa da Amazônia nos EUA

A exposição Amazônia: um centro de biocriatividade’ representa um apelo coletivo à ação para proteger e conservar a região.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Os artistas peruanos Olinda Silvano e Roberto Huarcaya participam da exposição de arte ‘Amazônia: um centro de biocriatividade’, organizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com o objetivo de reunir obras que fundem a sabedoria ancestral com a riqueza da biosfera, criando um espaço dinâmico de conexões transdisciplinares entre arte, ciência e tecnologia.

A artista Olinda Silvano, muralista, pintora e artista têxtil indígena da comunidade Shipibo-Konibo do Peru, participa da exposição com o mural ‘Ninete’ (2023), encomendado pelo BID para esta exposição, e faz parte do acervo de Arte do BID.

A artista afirma: “a nossa força, a energia do povo Shipibo-Konibo, vem através do canto, da conversa com a tela, da obra”. O evento de abertura contou com a apresentação de Olinda Silvano baseada em músicas em sua língua materna, mesmas músicas que ela canta enquanto cria seus murais.

Foto: Reprodução/Agência Andina

Roberto Huarcaya está presente na exposição do BID com seus ‘Amazogramas’. O fotógrafo explicou que com este trabalho quis aproximar-se da selva: “abraçá-la de alguma forma com o papel fotossensível e procurar o seu rastro através do contato direto. Foi como conectar a parte mais primária da técnica fotográfica com um espaço que é igualmente primário em termos naturais”.

Huarcaya atualmente também representa o Peru na 60ª Bienal Internacional de Arte de Veneza (2024). Junto com Olinda Silvano e Roberto Huarcaya, artistas de destaque de países amazônicos como Brasil, Colômbia e Venezuela participam da exposição.

Durante a inauguração da exposição, que ficará aberta em Washington (DC), nos Estados Unidos (EUA), até setembro, a vice-presidente de Setores e Conhecimento, Ana María Ibáñez, afirmou que a arte tem uma capacidade especial de sensibilizar a sociedade.

“Os artistas que expõem nesta exposição utilizam o seu trabalho não só para atrair a atenção, mas também para incitar à ação. Esta exposição é exatamente isso, um apelo à proteção do ecossistema amazônico, crucial para o futuro de todos e um regulador climático fundamental para combater o aquecimento global”,

disse.

A Amazônia abriga mais da metade da floresta tropical remanescente no planeta, bem como a maior e mais biodiversa área de floresta tropical do mundo. Com mais de 50 milhões de habitantes pertencentes a 511 grupos étnicos, a região enfrenta desafios significativos devido à desconexão entre a humanidade e a natureza.

A exposição representa um apelo coletivo à ação para proteger e conservar esta região única.
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