A singularidade do artesanato em ouro que só se encontra na Colômbia

Peças confeccionadas em ouro revelam a forma como os povos originários colombianos registravam sua cultura e estão em exposição em Bogotá. 

Dança, música, arte e cultura tornam a Colômbia única. Mas a história da arte de um dos países que compõem a Amazônia internacional está evoluindo há pelo menos 3 mil anos e há evidências arqueológicas da existência de cerâmica mais cedo do que em qualquer outro lugar das Américas. Os tesouros artísticos encantam com o artesanato produzido em um dos materiais mais cobiçados do mundo: o ouro.

Artesanato ‘Muisca Gold Raft’ no Museu do Ouro em Bogotá, Colômbia. Foto: Reprodução/Colombia CO

A peça acima, por exemplo, é feita com liga de ouro-prata-cuper (mais de 80% de ouro de alta qualidade) e faz alusão ao mito da lenda do ‘El Dorado’. O povo indígena Muisca costumava realizar uma cerimônia em que o novo cacique banhava-se em ouro, jogava ouro fundido e pedras preciosas como esmeraldas coletadas em sua comunidade no lago Guatavita (localizado a apenas 75 km e uma hora de Bogotá), como uma oferenda aos seus deuses. Depois disso, ele mergulhava na água.

De acordo com Colombia Country Brand, no Governo colombiano, “ouro tem um significado diferente para as sociedades pré-colombianas. Representa prestígio e oferendas religiosas, não riqueza material”.

A peça foi criada por artesãos de culturas pré-colombianas e encontrada em uma caverna próxima. É a única peça em molde de barro com a técnica de cera perdida. Tem uma base em forma de barco e várias figuras na jangada. A maior figura que se destaca no meio representa o novo cacique. Tem 19,5 centímetros de comprimento, 10,1 cm de largura e 10,2 cm de altura. “Esta peça de arte artesanal nunca saiu do país. Esta bela obra de arte mostra a herança cultural colombiana para o mundo”, informam.

‘Poporo Quimbaya’

Outra peça de artesanato pré-colombiano em exposição foi usada como recipiente para mascar folhas de coca durante cerimônias religiosas indígenas. Ao fazê-lo, os Quimbayas tiveram maior lucidez para contar mitos e histórias quando a comunidade discutia sua história e visão de mundo. É considerada uma das maiores obras de arte da técnica de fundição em cera, pois é um objeto oco (algo muito difícil de conseguir), com uma base de filigrana. “É uma imitação de uma abóbora, devido à sua forma que está associada ao corpo feminino”, explicam.


A peça de artesanato ‘Poporo Quimbaya’ foi encontrada em Antioquia, Colômbia, um vestígio arqueológico da cultura Quimbaya e também é atribuída ao status social. É uma garrafa com quatro características arredondadas na parte superior. Tem 23,5 cm de comprimento, 11,4 cm de largura e 777,7 gramas de peso. Tem duas peças: o receptáculo e a tampa para levar o limão à boca enquanto mastiga as folhas de coca.
‘Poporo Quimbaya’ no Museu do Ouro em Bogotá, Colômbia. Foto: Reprodução/Colombia CO

Museu do Ouro

Essas são algumas das peças de arte adquiridas pelo Banco Central da Colômbia e a partir da qual eles criaram um museu de arte que conserva esse tipo de artigos, o Museu do Ouro Banco de la República. O museu preserva coleções arqueológicas que são patrimônios colombianos. Está localizado no Parque de Santander, na esquina entre a Carrera 6ª e a Rua 16, em Bogotá, Colômbia.


Funciona de terça a sábado, das 9h às 19h (última entrada às 18h); domingos e feriados de 10h às 17h (última entrada às 16h); e fica fechado nas segundas-feiras

A entrada custa cerca de R$ 5 (na cotação de novembro de 2022) e aos domingos é gratuita para todos. A entrada também é gratuita todos os dias de abertura para crianças menores de 12 anos e adultos acima de 60 anos. 

O Museu do Ouro oferece quatro salas para exposições permanentes e duas para exposições temporárias. Os textos das exposições permanentes são bilíngues, em espanhol e inglês. O passeio leva pelo menos 1h30.
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