Kuarup

Um dos mais famosos ritos indígenas, o Kuarup é uma forma de celebrar a vida e a memória de quem partiu

Foto: Hilda Azevedo/Funai

O Kuarup é um ritual de homenagem aos mortos ilustres celebrado por ao menos 11 povos indígenas da região do Xingu. O rito é centrado na figura de Mawutzinin, divindade criadora e primeiro homem do mundo da sua mitologia. Kuarup também é o nome de uma madeira. 

Em sua origem, o Kuarup teria sido um rito que objetivava trazer os mortos de novo à vida. Os troncos feitos da madeira “kuarup” são a representação concreta do espírito dos mortos. Corresponderia à cerimônia de finados, dos brancos. 

Entretanto, o Kuarup é uma festa alegre, onde cada um coloca a sua melhor vestimenta na pele. Na visão desses povos, os mortos não querem ver os vivos agindo de forma triste ou feia.

Os indígenas Kuikuro, da região do Rio Kuluene, realizam uma cerimônia do mais profundo sentimento humano todo ano, no mês de maio, e sempre em uma noite de lua cheia. Os indígenas desta etnia convidam os povos amigos para evocarem juntas as almas dos mortos ilustres. Ainda durante a noite, trazem da floresta várias toras de madeira, conforme o número dos que desapareceram. 

Essas toras são organizadas em linha reta, no centro do terreiro em frente às malocas. Cada tora recebe a pintura das respectivas insígnias que, em vida, os distinguiam como pajés, guerreiros, caçadores, ou até mesmo aqueles que mais descendentes legaram à comunidade. Enquanto são executados estes trabalhos, alguns homens com arco e flecha entoam hinos aos mortos.

O rito de passagem das meninas que iniciam a vida adulta também faz parte do ritual. Antes do Kuarup, elas ficam reclusas em casa por um ano, período de reflexão que encerra a puberdade.

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