Os pilares da ressocialização são formados pela educação, profissionalização, religiosidade e a família
A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), responsável por gerir o sistema socioeducativo no Amazonas, apresenta a importância dos pilares da ressocialização na vida de dois egressos, ou seja, aqueles jovens que cumpriram as medidas socioeducativas e estão em liberdade.
Os pilares da ressocialização são formados pela educação, profissionalização, religiosidade e a família. Tudo isso é encontrado dentro das cinco unidades socioeducativas do Estado.
A secretária titular da Sejusc, Mirtes Salles, destacou que o objetivo dos pilares é amparar adolescentes, após a determinação judicial, concedendo acesso a direitos que muitas vezes são desconhecidos, como assistência psicossocial, cursos profissionalizantes, além do acolhimento realizado pelos servidores dentro das unidades.
A secretária também reforçou a importância do acompanhamento no processo de ressocialização e a parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam). “Eles aprendem um ofício, sendo introduzidos em várias oficinas realizadas juntamente com o Cetam, tudo para que possam sair do sistema socioeducativo com outra visão. Entraram por força de algum delito, mas estão saindo com outra mentalidade e entendendo que podem trabalhar e mudar de vida”, completou.
Início
De acordo com a secretária executiva de Direitos da Criança e Adolescente da Sejusc, Edmara Castro, o primeiro procedimento realizado dentro do sistema é o Prontuário Individual do Adolescente (PIA), no qual é possível identificar as principais carências desses adolescentes. “Dentro do PIA a gente trabalha as principais necessidades, seja na educação, profissionalização, assistência social ou na parte familiar”, informou.
Mudança de vida
Com a passagem pelo Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa, Andrew de Sá Dourado vivenciou uma transformação na sua vida. Foi aprovado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e está matriculado no curso Mecânico de Aeronaves. O jovem relata que entrou no sistema com pensamentos pessimistas, mas que percebeu, com o tempo, que tudo se tratava de um recomeço.
“Lá dentro eu consegui me formar, participei de vários projetos, como ‘Gente Grande’, ‘Teens ao Máximo’ e ‘Sonhador da Liberdade’. Tudo isso me ajudou a alavancar minha mente e pensar positivo. Atualmente, estou tirando minha Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e sou muito grato pelo que o sistema socioeducativo fez por mim”, completou.
O adolescente Celson Barbosa destacou que, apesar de sua entrada ter sido difícil no sistema, ele só tem gratidão por todos os profissionais que o ajudaram no Centro Socioeducativo Senador Raimundo Parente. Ele fez parte do projeto “Gente Grande”, que oferta aulas aos adolescentes de Desenvolvimento Social, Pedagógico, Pessoal e Tecnológico.
“Me sinto muito grato por todas as pessoas da unidade terem me ajudado. Eu sei que fui um menino muito duro, mas eles sempre estavam no meu pé, dizendo que eu ia conseguir”, disse o adolescente, que chegou a ter o seu primeiro emprego em uma empresa do Polo Industrial de Manaus, porém, em função da pandemia, foi dispensado.