Saiba o que funcionava no prédio abandonado por 20 anos no bairro Cidade Nova, em Manaus

A estrutura estava localizada na Avenida Max Teixeira e hoje o espaço é de uma das unidades de uma rede de supermercados. 

Manaus (AM) possui 11.401 km² e é considerada a segunda maior capital estadual no Brasil em área territorial. É distribuída em zonas, sendo a região mais populosa da cidade a Zona Norte, com 606.924 habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Zona Norte abrange dez bairros: Cidade de Deus, Cidade Nova, Colônia Santo Antônio, Colônia Terra Nova, Lago Azul, Monte das Oliveiras, Nova Cidade, Novo Aleixo, Novo Israel e Santa Etelvina.

Com o crescimento da cidade, muitas construções grandiosas surgiram, como os centros de compras, para facilitar o acesso aos moradores de cada Zona da cidade. E entre esses prédios nostálgicos, que marcam a história da cidade e seu desenvolvimento, estão os conhecidos Shopping Cecomiz, Amazonas Shopping e Manaus Shopping, que posteriormente acabou se transformando no Shopping São José.

Atualmente, muitos prédios foram modificados ou deixaram de existir, formando verdadeiros “esqueletos” de prédios abandonados pela cidade. O Portal Amazônia conta a história de um desses prédios, que passou mais de 20 anos abandonado no bairro Cidade Nova.

Foto: Reprodução / Rogger Diego

Inaugurado em 1 de dezembro de 1993, o Nova Shopping foi o chamado “Shopping da Vizinhança”, construído para atender o público da região Norte da cidade. Ele foi oficialmente inaugurado e liberado ao público, no dia 2 de dezembro do mesmo ano e funcionava de 10 às 22h.

Localizado na Avenida Max Teixeira, o Nova Shopping foi construído em uma área de 8.500 m², com 58 lojas, elevador panorâmico, cinema, agência bancária, área de parque de diversão e uma pista de patinação no gelo, com capacidade para 150 pessoas, além de 400 vagas de estacionamento.

Em sua fase de implantação o Nova Shopping gerou mais de 700 pessoas empregadas e, enquanto esteve em funcionamento, gerou quase 500 empregos fixos.

Seu estilo arquitetônico é conhecido como ‘Industrial Chique’ e se caracteriza por um ambiente mais despojado e marcado pela criatividade. As cores da decoração, que são exclusivas, tinham pouco brilho.

O Nova Shopping possuía dois andares e um elevador panorâmico com cabine Blindex para até 15 pessoas, que as permitia olharem o centro comercial e sua beleza de dentro do elevador.

A cobertura da cúpula do Nova Shopping foi importada dos Estados Unidos da América (EUA), com material feito de policarbonato alveolar, que substitui os vidros por serem mais leves e de fácil colocação, além de ser isolante térmico e acústico, permitindo um melhor desempenho do ar-condicionado e impedindo que ruídos externos adentrassem para o local.

Foto: Divulgação

O Nova Shopping pretendia atender principalmente moradores do conjunto Cidade Nova 1, 2, 3, 4 e 5, Mundo Novo e Renato Souza Pinto, Ribeiro Junior, Canaranas, Comagi e inclusive tinham ônibus gratuitos para o Nova Shopping, de hora em hora, de 10h às 22h.

Apesar do sucesso, as coisas começaram a ficar complicadas em agosto de 1995, quando vários ataques de gangues e bandidos rivais se enfrentavam e atacavam os funcionários do shopping e frequentadores. Na época, o estacionamento era palco de eventos do boi bumbá, onde bandidos aproveitavam a festividade para promover arrastão. 

Os lojistas acabaram se revoltando pela falta de segurança e redução de agentes de segurança terem sido decretados pela administração do centro comercial. Além disso, o público e lojistas questionavam a ausência e a falta de policiamento na área.

Foto: Reprodução / Rogger Diego

O Nova Shopping não resistiu à onda de violência e em setembro de 1997 suas atividades internas foram encerradas e o prédio esvaziado. O prédio havia sido dado como garantia de empréstimo ao Banco do Estado do Amazonas (BEA), pela Nobre Empreendimentos e em junho de 2000, após a conclusão do processo de execução judicial da dívida, passou a ser oficialmente do BEA.

A estrutura foi abandonada desde então, até que em 2013 o que sobrou do prédio foi demolido para a construção de uma das unidades de uma famosa rede de supermercados em Manaus.

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