Site de chá de bebê virtual permite que pessoas comprem produtos para serem doados às mães necessitadas que fazem parte de iniciativa
Para ajudar grávidas em situação vulnerável, o “Projeto Aconchego” arrecada doações de enxoval e produtos para os bebês com o intuito de ajudar as mães, em Manaus, desde 2008. Em meio a pandemia do novo coronavírus, a startup ‘FestaLab’ disponibilizou um site para o projeto, com a proposta de um chá de bebê virtual, em que as pessoas podem comprar produtos para serem doados às mães necessitadas que fazem parte da iniciativa.
Segundo a idealizadora do “Projeto Aconchego”, Elke Santana, o projeto nasceu após uma adolescente de 17 anos, que estava grávida, pedir ajuda dela, pois não tinha como comprar roupas para o filho que estava prestes a nascer. Ela se solidarizou, pediu doações de conhecidos e ajudou a jovem. Desde então, ela passou a ajudar novas mães.
“No começo, era feito no boca a boca com as pessoas. A procura das pessoas aumentou e uma amiga minha deu a ideia de começar a divulgar o projeto e ajudar ainda mais as mães. Criei uma página na rede social da época e alastrou. Eu pisquei, desde a época, e hoje temos 1.800 mil grávidas inscritas”, disse Elke.
Desde então, o projeto arrecada doações de pessoas que desejam ajudar, tanto com roupas usadas e novas, como fraldas, itens de higiene e objetos para o enxoval. As doações são recebidas por cinco dos voluntários que participam da ação que formam os kits e entregam para as mães inscritas no projeto. Durante a pandemia do novo coronavírus, as doações caíram, mas as mães ainda precisam de ajuda.
Chá de bebê virtual
Em meio a pandemia do novo coronavírus, a startup “FestaLab” soube sobre o projeto e entrou em contato com Elke. Eles disponibilizaram um site com a proposta de um chá de bebê virtual. No site, além das informações sobre o “Projeto Aconchego” e o chá de bebê, há uma lista de produtos que as pessoas podem comprar através do site. Segundo Elke, os valores serão usados para comprar os kits que serão distribuídos para as mães.
“No site tem a lista, a pessoa compra o produto que deseja. O valor de todas as compras das pessoas que quiserem ajudar vai para a ‘FestaLab’ que vai repassar o dinheiro para o projeto e vamos comprar os kits. As compras poderão ser feitas até 24 de maio, quando encerraremos e mostrarei em uma sala virtual a importância do projeto”, disse Elke.
Após o término da arrecadação, os kits serão montados e entregues para as mães, seguindo as recomendações de prevenção ao novo coronavírus, segundo a idealizadora do projeto. “Nós temos um escritório de doação e chamamos as mães, antes dos 9 meses, para pegarem os kits, sempre com hora marcada, em um intervalo de meia hora para cada mãe”, explicou.
Em situações em que as mães já tiveram os bebês recentemente e precisam das doações, apenas um voluntário irá até a casa em que moram e entregarão a doação para um parente da mulher, para evitar o risco de contágio para a mãe.
Solidariedade
Elke Santana afirmou que o projeto permanece vivo com a solidariedade das pessoas. Segundo ela, as próprias mães que recebem as doações acabam devolvendo e ajudando outras, depois que os filhos crescem, além de divulgarem para outras pessoas e criarem um vínculo de gratidão com o projeto.
“O projeto existe porque pessoas simples doam. Semana retrasada, uma mãezinha veio até a minha casa e trouxe roupinhas que nós doamos para ela. Ela disse que trouxe as roupinhas que doamos e ainda trouxeram outras que ganhou depois. O filho cresceu e ela decidiu ajudar outras mãezinhas também. Nosso projeto funciona por isso”, disse Elke.
A idealizadora do “Projeto Aconchego” ainda comentou que o retorno que ela e os voluntários recebem é de uma grande emoção e sentimento de dever cumprido com cada pessoa. “Em saber que ajudamos um bebê, que ele vai ficar bem. Quando recebemos o abraço, sentimos a energia, aquela coisa boa. Um abraço de gratidão. Elas se tornam voluntárias também. É uma sensação maravilhosa. Sou mãe também e me coloco sempre no lugar. Não tem preço”, finalizou.