Ex-repórter do Portal Amazônia, Izinha Toscano morre vítima da Covid-19

Izinha estava internada devido a complicações causadas pela Covid-19 e no último sábado (2), através das redes sociais, avisou que seria intubada e pediu orações

A jornalista Izinha Toscano morreu na noite desta quarta-feira (6), vítima da Covid-19, aos 31 anos. Profissional premiada, ela fez parte da equipe do Portal Amazônia no período de 2013 e 2014.

Filha do compositor e cantor amazonense Afonso Toscano, Izinha estava internada devido a complicações causadas pela Covid-19 em um hospital particular de Manaus. No último sábado (2), por meio das redes sociais, chegou a avisar que seria intubada e pediu orações.

A jornalista ganhou dois prêmios em 2013. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Profissional premiada

Izinha era formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Em 2013, se destacou no Prêmio Onça Pintada, que premiava reportagens sobre sustentabilidade na Amazônia. No mesmo ano, ganhou o Prêmio Fapeam na modalidade Estudante da categoria Internet.

Uma fotografia feita pela repórter, na cobertura da situação de palafitas na orla de Manaus, ficou em quinto lugar no Prêmio Água, da VWS, na categoria: Água, conservação e sustentabilidade em 2014.

Foto: Izinha Toscano/Arquivo Pessoal

Homenagens

Para o Jornalista e ex-coordenador do Portal Amazônia, Isaac de Paula, Izinha será sempre surpreendente. “Tão forte e tão tímida. Pessoa incrível e profissional impecável. Tinha o texto de quem sentia a notícia com a sensibilidade de poucos. Nos altos e baixos que pude estar por perto, nunca deixou de ser gentil”, lembrou.

Ainda no último dia 25 de dezembro, Isaac trocou mensagens com a jornalista. “Falamos sobre a saudade de trabalharmos juntos. Ela, como de costume, sempre carinhosa. Dias depois, sabendo que estava doente, mandei uma mensagem: “melhoras pra você, Izinha”. Dessa mensagem nunca mais terei resposta. É, Izinha, você se foi, mas a saudade e a admiração continuam aqui”, afirmou.

Digite seu texto aqui…

Izinha integrou a equipe do Portal Amazônia. Foto: Reprodução/Portal Amazônia

De acordo com a jornalista Hêmilly Lira, que atuou como editora do Portal Amazônia, Izinha era uma moça gentil e inteligente. “Em seus textos, existia uma grandeza de talento que só não ganhava da sua humildade. Foi uma honra fazer parte da trajetória profissional dessa jornalista incrível”, destacou.

Outra gestora que prestou homenagens à Izinha foi Jacqueline Nascimento, ex-editora e coordenadora do Portal Amazônia. “Lembro da Izinha na redação muito tímida, mas destemida nas suas ações quando ia para as ruas. A essência e alma de jornalista corriam nas veias. A vontade de contar os fatos, de mostrar a realidade. Como filha, Izinha vivia falando e enaltecendo a família e, claro, o pai. Hoje foi encontrá-lo”, disse.

Quem trabalhou lado a lado com Izinha destaca o seu lado tímido. Nas redes sociais, o jornalista Juan Matheus escreveu: “A Izinha e eu passamos por poucas e boas na época de ‘focas’ na redação. Ainda mais na época das manifestações de 2013. Inteligentíssima! E sempre me ajudava. Que vá em paz”.

Izinha na redação do Portal Amazônia. Foto: Reprodução/Portal Amazônia

Até mesmo aqueles que trabalharam pouco tempo ao lado da jornalista destacam o seu lado profissional. “Quando comecei a trabalhar no Portal, a Izinha ainda estava lá. Trocamos poucas ideias e logo ela saiu para outro desafio profissional. Ainda assim, trocávamos ideia vez outra e mesmo um pouco tímida ela sempre se mostrou aberta. Tinha uma visão instigante sobre o mundo e era isso que mais admirava nela”, contou a supervisora de jornalismo multimídia da CBN Amazônia, Clarissa Bacellar.

Já a autenticidade de Izinha marcou a jornalista Izabel Santos, ex-coordenadora de conteúdo do Portal Amazônia. “Ela já causava impacto na primeira impressão, com aquele estilo meio metaleira e tatuagens únicas. Isso e muito mais tornavam ela uma mulher incrível, cativante, espirituosa e superinteligente. Vou sentir saudades dos comentários afiados e sempre carregados de humor que ela fazia. Além dos predicados como pessoa, a Izinha também era uma profissional talentosa. O mundo perde muito com a partida dela”, destacou.

Izinha e Diego Oliveira. Foto: Reprodução/Portal Amazônia

Durante a produção das reportagens para os prêmios Fapeam e Onça Pintada, o jornalista Diego Oliveira colaborou com Izinha na produção de vídeos. “A Izinha era uma pessoa reservada, mas que sempre nos fazia rir com o seu jeito despojado. Com o passar do tempo, conheci uma Izinha apaixonada pelo jornalismo, que sempre me incentivou a buscar o melhor. Ela terá sempre um espaço no meu coração”, disse.

Recorde

Ainda nesta quarta, o Amazonas voltou a bater o recorde diário de internações por Covid-19 desde o início da pandemia, com 221 novas hospitalizações. O estado registrou mais 86 mortes pela doença, sendo 42 ocorridas nas últimas 24 horas e 44 confirmadas após investigação.

Ainda conforme o boletim, 2.192 novos casos de Covid-19 foram confirmados nesta quarta, totalizando 207.092 casos da doença no estado. Um total de 25.905 pessoas com diagnóstico de Covid-19 estão sendo acompanhadas, o que corresponde a 12,51% dos casos confirmados ativos.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Licenciamento para exploração de petróleo no Amapá: MPF orienta adoção de medidas ao Ibama e à Petrobras

Recomendações são embasadas em pareceres técnicos de peritos do MPF, nas exigências técnicas do Ibama e na legislação aplicável.

Leia também

Publicidade