Pororoca e surf: projeto mapeia 12 locais potenciais na costa do Amapá

Além de um roteiro para surf, a iniciativa pretende capacitar comunidades locais para orientar turistas sobre os locais de ocorrência do fenômeno natural. 

Surfistas no Extremo Norte do país poderão contar com um guia de locais onde ocorrem as pororocas, fenômeno natural que acontece a partir do encontro das águas de rios da Amazônia com o Oceano Atlântico. O projeto ‘Parque das Pororocas’ pretende ainda capacitar comunidades locais para que possam conduzir as atividades turísticas.

A Associação de Guarda-Parques do Estado do Amapá é a responsável pela iniciativa e já realizou diversas visitas e levantamentos em regiões com ocorrências.

Projeto quer criar roteiro turístico para suf na pororoca, no litoral do Extremo Norte do país. Foto: Divulgação/Experiências Amazonicas

Franco Montoril, um dos coordenadores do projeto, descreveu como surgiu a ideia de resgatar um dos símbolos dessa região na Amazônia. “O projeto surgiu a partir da vontade do ‘Jim’ para resgatar a história da pororoca, que para muitos tinha acabado. Ele descobriu várias pororocas ao longo dos cerca de 700 quilômetros de costa do estado. E ele compartilhou isso com um grupo de profissionais de turismo e instituições”, disse Montoril.

Desde então várias expedições foram realizadas. O último levantamento ocorreu no Arquipélago do Bailique, onde o grupo pretende tornar referência como educação ambiental e empreendedora a partir do turismo criativo.

A equipe conta agora com 12 membros entre surfistas, guias de turismo e turismólogos. O coordenador informou ainda que a equipe usou recursos próprios para a realização das expedições, mas que busca parcerias para que o projeto tenha um alcance maior na região.

“É um projeto que tem o viés da pororoca, e também o turismo social ou de base comunitária, que é onde a gente desenvolve uma cadeia de produção. Seria o envolvimento das comunidades locais para acolhimento dos turistas tanto na hospedagem, quanto na alimentação. E tudo isso movimentando a economia”, acrescentou Montoril.

Foto: Divulgação/ Experiências Amazonicas

A pororoca 

A pororoca é uma corrente oceânica que entra em embate com a corrente amazônica e no momento que essa pressão o ocorre, conjuntamente com as luas novas e cheias, a corrente avança uma sob a outra.


O encontro de águas, do rio Araguari com o Oceano Atlântico, foi afetado e, desde 2013, a pororoca não mais acontece. Segundo o ICMBio, a atividade pecuária, principalmente a criação de búfalos, criou valas e canais que drenaram o curso d’água.

O grupo já identificou pororocas desde o Bailique até o município de Oiapoque: na Vila Cassiporé e na Terra Indígena Uaçá. 

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Novo grupo de indígenas isolados no Amazonas está sem proteção há mais de um ano

Funai não publica portaria de restrição de uso nem monta base para monitorar isolados; empresa madeireira e de exploração de gás e óleo atuam na região.

Leia também

Publicidade