No Amapá, autônomo entrega comidas fantasiado de Homem-Aranha

Rafael Albuquerque vendia trufas fantasiado nas noites de Macapá e foi afetado com medidas restritivas. Alternativa inspirada em personagem mantém sonho de atuar com entretenimento

Um dos heróis mais queridos, o Homem-Aranha ganha admiração do público pela juventude, autoconfiança e enfrentando problemas como o de qualquer pessoa comum. Assim como o personagem, que nas histórias já trabalhou entregando pizza, Rafael Albuquerque, de 31 anos adotou a profissão de motoboy em meio à pandemia do novo coronavírus.

Para fazer a diferença e garantir o sorriso do cliente do restaurante para o qual trabalha, em Macapá, Albuquerque se veste com a fantasia do “Spider” e, dessa forma, faz as entregas de comida pela cidade. A inovação mantém a renda de casa e o sonho de voltar a empreender.

Ele também trabalhava fantasiado, só que andando pelas ruas da capital, principalmente à noite, vendendo trufas nos bares e casas noturnas. Com o novo cenário apresentado pela pandemia, Albuquerque conta que precisou buscar alternativa.

Foto: Arquivo Pessoal

Foi assim que ele passou a trabalhar no restaurante de um amigo, como motoboy, entregando comidas. Mesmo sem precisar cativar clientes para comprar trufas, ele continua usando a fantasia de Homem-Aranha, em dias variados, para alegrar aqueles que recebem o almoço.

“Com tudo fechado, ficou difícil continuar vendendo e como não podia ficar sem renda, fui trabalhar no restaurante do meu amigo como entregador. Eu entro por volta de 11h e entrego comida até umas 14h. Não uso [a fantasia] todo dia, até porque trabalho debaixo de muito sol e, além de ser quente, a fantasia desbota, mas todo sábado é certo”, contou.

A relação profissional com a diversão e o lazer começou antes da venda de trufas. Albuquerque lembra que trabalhou na administração de parques infantis na cidade até 2019. Ele já tinha uma fantasia de Super-Homem no guarda-roupa, então já era familiarizado.

Foto: Arquivo Pessoal

Ele também sempre foi fã do Aranha, não é a toa que tem uma tatuagem do herói ainda a ser finalizada no ombro.

O entregador detalhou que, quando deixou o último empregou em um parque, procurou formas de ser dono do próprio negócio com baixo valor inicial na internet, até que achou um rapaz que vendia trufas em São Paulo vestido de Homem-Aranha para pagar o casamento.

“Entrei em contato com ele e, por coincidência, ele é daqui de Macapá e é um conhecido meu. Ele me deu as dicas, de como procurar e como vender, então ficou mais fácil o processo”, lembrou.

Foi aí que decidiu investir nas fantasias do herói para empreender no próprio negócio de venda de trufas. Ele compra a vestimenta pela internet. Além de demorar a chegar, o produto também não é muito barato, o que pra ele significa investimento.

Foto: Arquivo Pessoal

“Hoje tenho 5 fantasias, 4 de Homem-Aranha e uma de Super-Homem, todas juntas custam mais de R$ 1 mil. A primeira fantasia de Homem-Aranha que pedi custou R$ 380 e demorou quase dois meses para chegar; hoje eu encontro mais barata, cerca de R$ 200”, detalhou.

O motoboy tem 3 filhos: um menino de 11 anos e duas garotas, uma de 5 e outra de 3 anos. Ele disse que quando as crianças veem o herói na TV falam que “é o papai”. O carinho não existe só dentro de casa, mas também a cada entrega.

“Muitas pessoas gostam de gravar vídeo e postar nas redes sociais, até adulto fica alegre; é aí que gosto de tirar uma graça. Pretendo voltar aos negócios [vender trufas] assim que acabar a pandemia. Penso até em montar um negócio igual ao da ‘Carreta Furacão’, com vários animadores fantasiados”, revelou.

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