O Arquipélago pertence à Macapá e fica na costa do Estado, na Foz do Rio Amazonas com outros afluentes, em uma região onde ocorre, mais ao Leste, o encontro com o Oceano Atlântico.
O cosmonauta russo Oleg Artemiev filmou a Amazônia brasileira do espaço e registrou o momento no dia 24 de agosto com a música ‘Mas que nada’, de Jorge Ben Jor, como trilha sonora. O vídeo, publicado na rede social dele, chamou a atenção dos brasileiros.
Na publicação, Artemiev escreveu sobre a mistura de cores do Brasil vista a bordo da Estação Espacial Internacional: o azul do oceano, as águas turvas do Rio Amazonas e até o verde das áreas florestadas. Seguidores agradeceram e chegaram a comentar que esperavam muito por este momento.
O que o russo gravou do espaço é o Arquipélago do Bailique, que pertence à Macapá e fica na costa do Amapá, na Foz do Rio Amazonas com outros afluentes, em uma região onde ocorre, mais ao Leste, o encontro com o Oceano Atlântico.
O meteorologista Jefferson Vilhena, do Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis do Amapá (NHMet), explica sobre o conjunto de ilhas que formam a região: “Ele apresenta a costa do Amapá, parte do Brasil e da Guiana Francesa, e dá um foco exatamente no Arquipélago do Bailique. Essa imagem está de ‘cabeça para baixo’, é possível ver o Bailique, o Rio Araguari pelo lado, e as ilhas principais onde ficam as comunidades da Macedônia e da Vila Progresso”.
Bailique
Isolado, mas habitado, o arquipélago proporciona um contato com a floresta nativa. É dela que sai a produção do primeiro açaizal certificado do mundo, fruto colhido e exportado pelos próprios moradores da região.
É ainda onde tem ocorrência de pororoca e onde fica a Reserva Biológica do Parazinho, área de desova de animais aquáticos e até marinhos. Em 2018, os moradores acharam a primeira baleia-jubarte encalhada na costa amapaense, mas já estava morta. A ossada é preparada para ser exposta em Macapá. Em 2021, outra baleia, uma cachalote, foi localizada também morta no arquipélago.
Por outro lado, não é possível perceber parte do sofrimento da população que vive ali, como os problemas do acesso à água potável no verão amazônico, por meio do avanço do mar para o continente.
É ainda uma região que sofre com o fenômeno das terras caídas, que compromete, com o passar dos anos, diversas estruturas como a principal escola do Bailique e a rede elétrica. Energia também é um problema pois, em função da distância da capital, a região sofre com constantes períodos de falta do fornecimento do serviço.
*Por Fabiana Figueiredo, g1 Amapá